A PF (Polícia Federal) está nas ruas de sete estados, incluindo o Mato Grosso do Sul, para cumprir 10 mandados de prisão e 40 de busca e apreensão contra envolvidos em esquema de corrupção.
A Operação Fantoche investiga um esquema de corrupção envolvendo um grupo de empresas sob o controle de uma mesma família que vem executando contratos por meio de convênios com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S. Estima-se que o grupo empresarial lucrou pelo menos R$ 400 milhões em 17 anos, de 2002 até agora.
Em Campo Grande, policiais federais estão no prédio onde funciona o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o Sesi (Serviço Social da Indústria), ambos vinculados à Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul). São três viaturas e as equipes chegaram antes da 7h no local.
A reportagem tentou contato com o presidente do conselho regional do Senai e da Fiems, Sérgio Longen. Ele prometeu retornar a ligação em 5 minutos e desligou o telefone.
São cumpridos mandados também no Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e Alagoas.
Segundo a PF, são investigadas a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.
De acordo com a apuração, que contou com o apoio do TCU (Tribunal de Contas da União), o grupo utiliza entidades privadas e sem fins lucrativos para fechar contratos e convênios com o ministério e unidades do Sistema S.
A maior parte das contratações é de eventos culturais e de publicidade, mas ainda segundo a PF, os serviços prestados eram superfaturados.
Recursos eram desviados para núcleo empresarial por meio de empresas de fachada.
A Polícia Federal não divulgou ainda o nome dos empresários e nem de quais unidades do Sistema S estão na mira.
Sistema S é o nome pelo qual ficou convencionado de se chamar o conjunto de nove instituições de interesse de categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição - Sesi, Senai, Sebrae, Senar, Sest, Senat, Sesc e Sescoop.
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