Uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) apontou que 14 mil obras financiadas com recursos do Governo Federal estão paralisadas ou apresentaram baixa execução nos últimos três meses.
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Entre os motivos das obras paralisadas estão problemas técnicos, abandono pela empresa executora, interrupções determinadas por órgãos de controle e fiscalização, como o próprio TCU.
O Tribunal estima que com esse volume de obras paralisadas, ao menos R$ 10 bilhões foram investidos sem ter gerado benefício à população. Foram analisadas 38.412 obras, para as quais havia sido previsto um investimento inicial de R$ 725 bilhões.
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Entre as obras, estão recursos destinados às creches do Programa Proinfância, em que, segundo o TCU, vão deixar de oferecer 75 mil vagas por conta dos atrasos nas obras. Há ainda 192 obras de UBSs (Unidades Básicas de Saúde) que estão paradas.
São Paulo, Bahia e Minas Gerais são os estados com o maior número de obras paradas, somando os três mais de 3,5 mil canteiros paralisados. O estado de São Paulo tem 45% das suas 2.762 obras, interrompidas.
Segundo o ministro Vital do Rego, relator do processo de auditoria, a Caixa Econômica Federal é a responsável pelo gerenciamento do maior número de obras. São 14.224 contratos, o que equivale a 37% do total analisado, sendo que 62% delas estão paralisadas.
"Nem mesmo as obras do PAC, consideradas mais relevantes para o crescimento do país e que deveriam, por esta razão, ser aceleradas, apresentam resultados diferentes. Cerca de 21% delas encontram-se paralisadas", diz o ministro.
Vital do Rego ressalta que seu parecer tem o objetivo de "conscientizar o governo dos recursos já comprometidos e evitar que o poder público continue iniciando novos empreendimentos, sem capacidade financeira para o avanço desses e conclusão daqueles já em andamento".
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