Terceira no ranking nacional em cortes de recursos determinados pelo governo Bolsonaro, a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) “aperta o cinto” para manter o funcionamento com R$ 12,4 milhões a menos para custeio e sem R$ 19 milhões de emenda parlamentar que seriam destinados a investimentos.
Com sede na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, a UFGD afirma que teve de fazer contigenciamentos internos para absorver o impacto da medida tomada pelo governo federal.
“Todo início de ano, o Ministério da Educação repassa o montante total orçamentário à UFGD, logo após a aprovação da LOA (Lei Orçamentária Anual) no Congresso Nacional. Porém, a Universidade tem sido impactada com o recebimento de limites parciais acarretando atrasos ou até a não execução de ações e projetos devido ao bloqueio de recursos por parte do governo federal no mês de abril, totalizando um valor de R$ 31,3 milhões”, afirma a UFGD em nota encaminhada pela assessoria de comunicação.
Ao Campo Grande News, a instituição afirma que do total bloqueado, 30% aproximadamente R$ 12,4 milhões, o equivalente a 30%, foram cortados das despesas de custeio, que incluem bolsas de ensino e investimentos, incluindo construções, aquisição de equipamentos e livros.
“Ainda foi bloqueado o orçamento referente à emenda parlamentar voltada a investimentos em aquisição de equipamentos de laboratório, móveis, obras e demais despesas, no valor montante aproximado de R$ 19 milhões”, informa a UFGD.
A universidade informou que vai priorizar despesas prioritárias, com bolsas e contratos essenciais. “Não estão autorizadas novas contratações ou divulgação de novos editais para atender projetos de ensino, pesquisa e extensão”.
Ensino e pesquisa – De acordo com a UFGD, o impacto maior é ocorre área acadêmica, com graves consequências para o desempenho das atividades da universidade, “comprometendo a rotina de atividades acadêmicas antes do segundo semestre sem a execução dos projetos e ações para o desenvolvimento do ensino público de qualidade”.
Projetos de pesquisas também serão atingidos diretamente. “Pesquisas em andamento se paralisadas tendem a perder todo o trabalho e investimento realizado”.
Demissões – Conforme a universidade douradense, até mesmo as despesas comuns, como contas de água, energia elétrica, vigilância e limpeza, além de outros contratos de prestação de serviços, serão atingidos diretamente com o corte. “Pode ocorrer a demissão de postos terceirizados e a dificuldade na manutenção dos serviços essenciais. Alguns contratos sofrerão considerável redução”.
O orçamento total da UFGD para 2019 é de R$ 258,3 milhões, para despesa de folha de pagamento, custeio (contas de água e de luz, material de expediente, bolsas e estágios de alunos que trabalham na UFGD, pagamento de empresas de manutenção, limpeza e segurança patrimonial) e investimentos (construções de novos prédios e laboratórios, aquisição de novos equipamentos para aula e pesquisa e compra de novos livros).
“Nos anos de 2017 e de 2018 o orçamento anual previsto para a UFGD foi repassado na sua integralidade. Em 2019, até abril, o repasse de limite orçamentário foi em torno de 40% para atender despesas com custeio e 10% de investimento”, afirma a universidade.
Campo Grande News
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