O rally Sertões foi impedido de passar por uma das fazendas que estavam em sua rota, neste domingo (25), no trecho entre Campo Grande e Costa Rica. Nesta segunda-feira (26), o dono da propriedade revelou o que aconteceu: ele não sabia que a prova passaria pelo local e, como a porteira foi aberta, o gado começou a fugir.
Jeferson Antonio Seli é pecuarista em Camapuã, tem 48 anos, e disse que a organização da prova não entrou em contato com ele para marcar a fazenda como ponto de passagem. “Eu estava em um posto de combustíveis vendo o abastecimento e um vizinho ligou e me avisou que minhas porteiras estavam abertas”, conta.
O pecuarista completa ainda que os veículos estavam passando pela área e os bois fugindo para propriedades vizinhas. “Eu sabia que o rally passaria aqui por Camapuã, mas não sabia que seria dentro da minha fazenda”, conclui.
Diante da informação, o fazendeiro retornou para sua propriedade e fechou a porteira para impedir a fuga dos bois. Segundo a organização, de 53 UTVs – veículos semelhante a buggys -, 27 chegaram a passar por ali, enquanto os demais ficaram para trás. Todas as motos e quadris conseguiram passar, mas os carros foram todos impedidos.
A organização afirma ainda que, sem tempo hábil para negociar a passagem do rally pelo local, resolveu encurtar a etapa, equalizando o tempo dos veículos que concluíram o trajeto até Costa Rica com os que ficaram pelo caminho, em Camapuã.
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20h20 - 25/08/2019
Jeferson ainda revela que colocou a camionete e um trator para impedir a passagem dos veículos pela porteira, denunciando o caso à polícia, já que ainda há gado não encontrado. “Se tiver algum prejuízo, alguém vai ter que pagar”, frisa.
Sertões nega ‘surpresa’ e diz que visitou área quatro vezes
Em contato com a organização do rally Sertões, foi negado que a passagem dos veículos pela área foi feita de surpresa, sem que fosse avisado antes. “A equipe passou lá quatro vezes para fazer medições, ele sabia. Três dias antes do rally houve a última visita”, explica o diretor de comunicação, Mario Andrada.
Ela ainda diz que essas situações não incomuns nos rallys, citando como exemplo o Dakar, que precisou mudar da África para a América do Sul diante de ameaças terroristas e frequentes bloqueio de passagem feito por esses grupos.
“Ele ficou irritado por algum motivo que não sabemos e fechou a porteira. Não dava tempo de parar, ficar discutindo. Foram tirar medidas, anotar obstáculos, ele concordou que a gente passasse lá. Mas agora não tem necessidade de remoer o caso, já passou e seguimos nosso curso”, conclui o diretor.
Segundo a organização, não há acordo assinado entre os proprietários das fazendas que estão no trajeto do rally, sendo o acerto feito de maneira informal. O evento também não pretende tomar nenhuma providência contra o proprietário rural.
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