Após três meses seguidos de alta, a produção industrial brasileira caiu 1,2% em novembro, na comparação com outubro, segundo divulgou nesta quinta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trata-se do maior recuo mensal desde março (-1,4%) e o pior novembro desde 2015, quando a indústria caiu 1,9%,
Em relação ao resultado de novembro do ano passado, a queda foi de recuou 1,7%, interrompendo dois meses de resultados positivos nesta base de comparação e indicando que a indústria brasileira ainda enfrenta dificuldades para engrenar uma trajetória de recuperação.
No acumulado no ano, o setor industrial tem queda de 1,1%. Em 12 meses, a produção manteve recuo de 1,3%, repetindo os resultados de setembro e de outubro.
Com a perda de ritmo em novembro, o índice de média móvel trimestral ficou negativo (-0,1%) e interrompeu a trajetória ascendente iniciada em julho.
Atividades que mais caíram
Segundo o IBGE, 16 dos 26 ramos pesquisados registraram recuo na produção em novembro.
As principais quedas foram registradas nos segmentos de veículos automotores (-4,4%), produtos alimentícios (-3,3%) e indústrias extrativas (-1,7%).
No ramo de produtos alimentícios, a queda de 3,3%, eliminou quase toda a expansão verificada no mês anterior (3,6%). “O crescimento vinha sendo alavancado pelo aumento nas exportações de carne e da produção de açúcar. A carne continua em expansão, mas o açúcar tem uma volatilidade maior, tanto por conta de condições climáticas quanto em função da demanda por etanol, que também é produto da cana-de-açúcar”, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Outras contribuições negativas relevantes vieram de outros produtos químicos (-1,5%), de máquinas e equipamentos (-1,6%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-5,7%), de celulose, papel e produtos de papel (-1,8%), de produtos de minerais não-metálicos (-1,8%) e de metalurgia (-1,1%).
Já entre os ramos que conseguiram ampliar a produção em novembro, destaques para coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,6%), impressão e reprodução de gravações (24,0%) e produtos de borracha e de material plástico (2,5%).
Entre as grandes categorias, a de bens de consumo duráveis registrou a queda mais acentuada em novembro (-2,4%), influenciada, em grande parte, pela menor produção de automóveis. Os outros 3 segmentos – bens intermediários (-1,5%), bens de capital (-1,3%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,5%) – também assinalaram taxas negativas no mês.
Apesar de todas as 4 grandes categorias terem recuado em novembro, apenas a de bens intermediários registra desempenho negativo no acumulado do ano até novembro (-2,2%). O segmento teve queda de 1,5% em relação ao mês anterior e de 2,8% em relação a novembro de 2018, refletindo, especialmente, a queda verificada no setor extrativo.
Perspectivas
Para o consolidado de 2019, os economistas das instituições financeiras projetam uma queda de 0,73% na produção industrial, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.
O mercado mantém a previsão de crescimento de 1,17% para a economia brasileira em 2019. Para 2020, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é de uma alta maior, de 2,30%.
|