Em coletiva nesta segunda-feira (16), o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) informou que o decreto a ser publicado sobre medidas para evitar a disseminação do novo coronavírus, o Covid-19, em Mato Grosso do Sul, deve suspender as férias dos servidores da Saúde e dos Bombeiros, mas mantém as aulas da Rede Estadual de Ensino.
No entanto, novos decretos devem ser publicados nos próximos dias caso aumente o número de notificações e casos confirmados no Estado. O decreto também terá pedido de restrição a aglomeração de pessoas, assim como o publicado pela Prefeitura de Campo Grande.
“As vezes, a paralisação total pode ser extremamente prejudicial. Nós vamos ter uma circulação maior de coronavírus, mas vamos organizar e normatizar novos decretos. Mas, no momento, o Estado entendeu que não é preciso suspender as aulas”, explicou Azambuja.
As decisões passarão todas pelo Centro de Operações de Emergências para o novo coronavírus, montado no final de janeiro, para que os novos decretos passem a vigorar.
“Neste momento, nós pedimos para que os idosos acima de 60 anos, principalmente acima os de 80 anos, evitem a aglomeração. São pessoas em maior risco de letalidade”.
Estado poderá confiscar insumos
O governador também adiantou que o Estado tem poder de polícia e que poderá confiscar insumos, caso seja identificado que comerciantes estejam escondendo máscaras e álcool em gel, assim como alimentos da população, para poder aumentar os preços.
“Infelizmente existem aproveitadores que querem ganho fácil com os insumos. Se vendia por R$ 2, agora quer vender por R$ 10. O Estado tem os meios necessários para identificar isso e agir, por meio da força, para confiscar bens”.
Uma reunião com o governo do Estado e com o Ministério Público Estadual e Tribunal de Justiça será realizada nesta segunda para definir meios de fiscalização dessas situações.
Aulas pode ser suspensas em abril
De acordo com o governador Azambuja, o Estado calcula que o pico da circulação do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul aconteça no final do mês de março e no início de abril. “Tudo tem um momento. Teremos que estudar um cronograma com o monitoramento pelo grupo de operações e emergências para que o Estado não haja, por muitas vezes, no imediatismo”.
As aulas só serão suspensas caso aumente o número de casos confirmados e a população não consiga manter baixa a circulação do vírus, tomando as medidas necessárias.
O governador Reinaldo Azambuja criticou o imediatismo de medidas que podem ser consideradas drásticas. “Existem pessoas, comerciantes, a indústria, que dependem do comércio. E também existem situações mais letais, como a dengue. Cada um precisa cuidar do seu quintal para evitar a mortalidade, que é ainda maior que a do vírus. Então é preciso analisar a situação e ver o que é imediatismo e o que não é. Por isso, devemos cuidar dos grupos de risco e também de toda a situação, mas sempre com cautela. Caso a situação avance, o governo vai publicar novos decretos”.
Servidores
Assim como o decreto vai nortear o estímulo ao teletrabalho e evitar o contato dos funcionários do setor privado com aglomerações, os servidores públicos também devem realizar teletrabalho e alterações de jornada visando o menor contato entre as pessoas.
Durante a vacinação contra a gripe, o governo também deve organizar cronogramas para evitar a aglomeração nos postos de saúde.
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