Nesta quinta-feira (23) o MP (Ministério Público) cumpre mandados em um desdobramento da Operação Placebo, que teve como alvo o governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC). O Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde), que tem contratos com o Governo de Mato Grosso do Sul é um dos alvos da operação.
São cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em residências e empresas em São Paulo e no Rio de Janeiro. A organização social administra alguns dos hospitais de campanha criados para atender pacientes com covid-19 -doença causada pelo novo coronavírus. As investigações apuraram esquema de superfaturamento de contratos, segundo informações passadas pelo site Poder 360.
O Iabas tem contratos com os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e também com o governo de Mato Grosso do Sul. Em 2016, foi anunciado pelo Governo do Estado o Iabas, como organização social que iria administrar o Complexo Regulador de MS. O Instituto naquele ano geriu o complexo por R$ 14,2 milhões. Neste ano de 2020, o instituto já teria recebido até o momento R$ 5 milhões 924 mil, e no ano passado o valor destinado ao Iabas foi de R$ 18 milhões 105 mil, segundo o Portal da Transparência.
O instituto foi contratado no Estado por meio de chamamento público no segundo ano da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB). O Iabas foi contratado por R$ 1,184 milhão por mês para administrar a Central de Regulação da Secretaria Estadual de Saúde, que faz a regulação de marcação de exames, consultas, internações hospitalares e atendimentos de urgência.
No Rio de Janeiro, o MP investiga contratos firmados de 2009 a 2019 entre o Iabas e o município do Rio de Janeiro, no total de R$ 4,3 milhões. O período abrange as gestões de Eduardo Paes (DEM) e Marcelo Crivella (Republicanos). Entre os investigados está o ex-controlador do Iabas, Eduardo Cruz. A mulher dele também é alvo da operação.
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