A Força-Tarefa da Polícia Civil e o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros) devem concluir nesta terça-feira (8) o inquérito da morte do delegado Paulo Magalhães, ocorrida no início da noite no dia 25 de junho de 2013. O grupo indiciou como mandantes da execução os empresários Jamil Name, 81 anos, Jamil Name Filho, 43, e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Jerson Domingos, 69.
A investigação foi reaberta no dia 15 de abril deste ano por determinação do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, em substituição na 2ª Vara do Tribunal do Júri. O ex-guarda municipal José Moreira Freires, o Zezinho, foi condenado pelo júri popular a 18 anos de prisão pela execução do assassinato na frente de uma escola infantil no Jardim dos Estados. A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça reduziu a pena para 15 anos.
O segundo envolvido na execução teria sido outro integrante da Guarda Civil Metropolitana da Capital, Antônio Benites Cristaldo, 43, que acabou absolvido pelo júri por falta de provas. O Ministério Público Estadual recorreu contra a decisão.
O terceiro envolvido teria sido Rafael Leonardo dos Santos, que acabou executado a tiros e desovado no lixão de Campo Grande. O corpo dele foi mutilado para dificultar a identificação.
No entanto, a Polícia Civil nunca chegou aos mandantes da execução do delegado. Polêmico, Magalhães tinha um site para fazer denúncias e não tinha limites nem medo para fazer as acusações. O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, já tinha determinado para se investigar a ligação do crime com o jogo do bicho, mas o inquérito acabou suspenso sem chegar aos nomes.
A reabertura do inquérito foi possível graças a Operação Omertà, que levou à prisão dos Names no dia 27 de setembro do ano passado. A Força-Tarefa chegou a conclusão de que tinha novos indícios para desvendar totalmente o assassinato.
No dia 1º deste mês, o Campo Grande News anunciou a conclusão do inquérito e o indiciamento dos três como mandante da execução. O Jacaré confirmou o indiciamento dos empresários e do conselheiro do TCE.
Jerson Domingos foi alvo da Operação Omertà 2, deflagrada em março deste ano, e chegou a ser preso na Operação Armagedom, denominação da 3ª fase da Omertà. Na ocasião, ele teve a liberdade concedida pelo desembargador Wladimir Abreu da Silva, que estava de plantão.
O Campo Grande News revelou que conversas obtidas no celular de Domingos o teriam comprometido com o assassinato de Paulo Magalhães. Ele é cunhado de Jamil Name e tio de Jamilzinho.
“À vista das provas e elementos apresentados, entendemos que os responsáveis imediatos pelo homicídio de Paulo Magalhães Araújo foram: José Moreira Freires, Rafael Leonardo dos Santos e Antônio Benites Cristaldo, enquanto que os autores mediatos do crime, ou seja, quem tinha interesse em ver a vítima morta e pagaram pela sua execução foram: Jamil Name, Jamil Name Filho e Jerson Domingos”, revelou o Campo Grande News.
O advogado André Borges, responsável pela defesa do conselheiro, destacou que Jerson Domingos “nega com veemência” qualquer participação no homicídio. Ele também garante que não tem nenhum envolvimento com os crimes atribuídos a Jamil Name, a quem só tem relações de parentesco.
O inquérito será encaminhado ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que poderá denunciá-los, pedir novas diligências ou determinar o arquivamento do inquérito por falta de provas.
O recebimento da denúncia caberá ao juiz Aluizio Pereira dos Santos, que já conduz duas ações por homicídio contra os Names. O magistrado marcou o júri popular dos empresários pela morte do universitário Matheus Coutinho Xavier, 20, para o dia 28 de outubro deste ano.
A denúncia sobre a morte do empresário Marcel Hernandes Colombo, o Playboy da Mansão, foi recebido e, após ouvir testemunhas e interrogar os réus, o juiz decidirá sobre a realização do júri.
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