A diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Meiruze Freitas, relatora dos pedidos de uso emergencial das vacinas da Sinovac e da AstraZeneca contra a covid-19, votou a favor das solicitações em reunião extraordinária do órgão regulador neste domingo, após recomendação favorável da área técnica da agência a ambos os imunizantes. O diretor da Anvisa, Romison Mota, acompanhou a relatora, assim como Alex Campos. Com isso, a agência formou maioria para aprovar uso emergencial dos imunizantes.
"A vacinação no enfrentamento à Covid-19 pode ajudar a evitar a proliferação da doença, bem como seus graves danos à saúde", disse a relatora em seu voto, ressaltando, o caráter temporário e emergencial da autorização até que as vacinas obtenham um registro definitivo.
A decisão da Anvisa sobre a aprovação emergencial das vacinas será tomada com base nos votos dos cinco diretores da agência reguladora, por maioria simples. O próximo a se pronunciar é o diretor Alex Campos.
Cenário
Mesmo que a Anvisa aprove as duas vacinas, somente a CoronaVac, da Sinovac, estará disponível para aplicação em um primeiro momento, uma vez que houve atraso no cronograma de importação e produção da vacina da AstraZeneca, que era a principal aposta do governo federal.
O Instituto Butantan, parceiro da Sinovac no Brasil, já possuí em estoque 6 milhões de doses de CoronaVac importadas da China, que serão aplicadas caso o uso emergencial seja aprovado.
Enquanto diversos países do mundo já estão vacinando contra a Covid desde o final do ano passado, o Brasil ainda não aprovou nenhuma vacina para aplicação na população, apesar de ser um dos locais mais afetados pela pandemia, com quase 210 mil mortos. O Brasil registrou no sábado mais de 1 mil mortes pelo vírus pelo quinto dia seguido.
Antes dos votos dos diretores, a área técnica da Anvisa recomendou a aprovação do uso emergencial de ambas as vacinas, condicionado ao monitoramento de incertezas observadas pelo órgão regulador na análise dos estudos dos imunizantes.
O uso emergencial de vacinas foi regulamentado pela Anvisa em dezembro do ano passado para que vacinas para Covid-19 possam ter o seu uso autorizado antes mesmo que todos os estudo e dados sejam finalizados. O uso é considerado experimental e por isso tem valor temporário, até que a vacina receba o registro definitivo no país.
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