O jornalista Joaquim de Carvalho, que trabalha no desenvolvimento do documentário "A história secreta da cloroquina", afirmou à TV 247 nesta sábado (5) que a CPI da Covid precisa quebrar os sigilos bancário e telefônico de Paolo Zanotto e da médica Nise Yamaguchi.
Ambos são peças fundamentais para o entendimento do que foi o "gabinete paralelo" ou "ministério paralelo" que aconselhou, e talvez ainda aconselhe, Jair Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19. A tese ganhou mais força nesta sexta-feira (4), quando o jornal Metrópoles divulgou vídeo de uma reunião do chamado "gabinete paralelo" na qual Zanotto aparece como um dos líderes do grupo, inclusive desincentivando a vacinação em massa.
Para Carvalho, além do fator ideológico, os ditos especialistas do "gabinete paralelo" receberam verba para apoiar as teses do governo - como o chamado "tratamento precoce". "Tem grana, é claro que tem. Esses caras não são burros. Senadores, não tenham receio. Vocês têm instrumentos para investigação que nós, como jornalistas, não temos. Quebra o sigilo telefônico desse cara [Zanotto], vai ver com quem ele conversava, vai ver ele conversar direto com o Bolsonaro, vai ver ele com o Olavo de Carvalho, vai ver ele com o Wizard, vai ver com vários outros. Principalmente o sigilo bancário. Mas não adianta ser só dele não. Quebra o sigilo também da Nise Yamaguchi que vocês vão ver grana".
Zanotto, segundo Carvalho, foi responsável por dar uma roupagem científica às ideias do governo Bolsonaro para a condução da pandemia. "Ele não é médico. Ele é um biólogo da USP. Não entende nada de vacina, ele mesmo diz, e ele foi a cara científica, ele foi como o cientista. Ele viajou para vários lugares, foi para Manaus atacar esses médicos que fizeram estudo lá que desmontou a cloroquina. E esse Paolo Zanotto, se você quiser entender ele no 'gabinete paralelo', você tem que ir na figura do Olavo de Carvalho. A origem está ali'.
"Ele fala como cientista contra a vacina, dizendo que era muito arriscado, que tem que ver direito, vacina demora... E a favor da cloroquina. É ideológico", concluiu Carvalho.
Fonte: Brasil 247
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