O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fez um pronunciamento nesta quarta-feira (8) para comentar as manifestações antidemocráticas da terça (7). Lira defendeu a pacificação entre os poderes e disse que o país tem um compromisso inadiável com as urnas eletrônicas em 3 de outubro de 2022, ao se referir às eleições do ano que vem.
Lira não mencionou diretamente o presidente Jair Bolsonaro, que participou de manifestações em Brasília e em São Paulo. Bolsonaro fez discursos de ataques às instituições, com ênfase contra o Supremo Tribunal Federal (STF), e deu caráter golpista aos atos.
Lira também não fez menção aos pedidos de impeachment contra Bolsonaro que foram protocolados na Câmara. Pela Constituição, cabe unicamente ao presidente da Câmara dar início ao procedimento do impeachment. Mas Lira, até agora, não demonstra estar disposto a aceitar algum dos pedidos.
Em duas oportunidades durante o seu pronunciamento, Lira defendeu a urna eletrônica. O voto impresso, reivindicado por Bolsonaro e seus apoiadores, foi votado e derrotado na Câmara. Na época da votação, Lira disse que Bolsonaro se comprometeu a não voltar ao tema caso o projeto fosse derrotado, mas mesmo assim Bolsonaro e os manifestações de terça atacaram as urnas eletrônicas.
"O único compromisso inadiável e inquestionável está marcado para 3 de outubro de 2022, com as urnas eletrônicas. São as cabines eleitorais, com sigilo e segurança, em que o povo expressa sua soberania. Que até lá tenhamos todos serenidade e respeito às leis", afirmou Lira.
"Não posso admitir questionamentos sobre decisões tomadas e superadas – como a do voto impresso. Uma vez definida, vira-se a página", ressaltou o presidente da Câmara.
Lira criticou "bravatas em redes sociais" que, segundo ele, causam efeitos negativos no "Brasil de verdade".
""Conversarei com todos, e com todos os poderes. É hora de um basta a essa escalada em um infinito looping negativo. Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil de verdade", disse o presidente da Câmara.
Lira afirmou ainda que a Câmara vai se colocar como um "motor da pacificação". Ele enfatizou que o país não conseguirá superar a crise socioeconômica sem união e solidariedade.
Problemas do 'Brasil real'
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