Fechados entre abril de 2020 a dezembro de 2021 devido a pandemia de covid-19, os parques e unidades de conservação reabriram este ano com expectativa de receber grandes levas de turistas. Seis dos principais destinos ecoturísticos de Mato Grosso do Sul esperam retomar o fluxo de visitantes nos níveis pré-pandemia.
Os principais locais procurados para contemplação no Estado são os parques estaduais do Prosa e Matas do Segredo, em Campo Grande, Parque Estadual Várzeas do Rio Ivinhema, em Ivinhema, abrangendo partes dos municípios de Taquarussu, Jateí e Naviraí, o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, que engloba os municípios de Costa Rica, Alcinópolis e Coxim, e Monumentos Gruta do Lago Azul e Rio Formoso, em Bonito.
Em relação a 2019, a queda no número de visitantes nessas unidades de conservação chegou a 61% no ano de 2020, mas o setor reagiu bem em 2021, diminuindo o impacto para 38%, graças ao Rio Formoso.
Levantamento do Observatório de Turismo da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, mostra que o Monumento Rio Formoso perdeu apenas 1% dos visitantes em 2020 e teve o fluxo aumentado em 46% no ano seguinte. O número de visitantes nas seis unidades de conservação monitoradas pelo Observatório chegou a 635.481 nos últimos sete anos (2015-2021).
De acordo com a gerente do Observatório de Turismo de Mato Grosso do Sul, Danielle Moura, todos os atrativos permaneceram fechados entre abril de 2020 e dezembro de 2021, exceto em Bonito, onde a retomada aconteceu mais cedo, a partir de março do ano passado.
Entre janeiro e abril de 2020 e março a dezembro de 2021, a Gruta do Lago Azul e o Rio Formoso receberam 109.764 visitantes. Desde 2015, incluindo as visitas restritas no período pandêmico, passaram pelos dois atrativos 583.680 pessoas.
A média de visitantes na Gruta do Lago Azul se mantinha em 70.500 turistas. Em 2020 caiu para 16.521 e chegou a 29.712 em 2021. Nos últimos sete anos o atrativo recebeu nada menos que 423.735 turistas. A queda em relação ao período pré-pandemia foi de 78% e 60% nos últimos dois anos.
Em relação ao Monumento Rio Formoso, o número de visitantes durante a pandemia superou a emblemática Gruta do Lago Azul. Houve uma queda de apenas 1% em 2020. No ano passado, aumentou em 46% no fluxo de visitantes, fato justificado por ser um atrativo aberto e que oferecia menos risco de infecção por coronavírus. A média anual de turistas que visitam os atrativos no curso do Rio Formoso é de 22.850 pessoas.
Outras quatro unidades de conservação preferidas pelos turistas em Mato Grosso do Sul – Parque Estadual do Prosa, Parque Estadual Matas do Segredo, Parque Várzeas do Rio Ivinhema e Parque das Nascentes do Rio Taquari tiveram queda de 100% no fluxo de turistas na comparação de 2021 com o período pré-pandemia. Antes do fechamento, entre janeiro e março de 2020, o número de visitantes nos quatro parques foi de 1.088, queda de 92% a 98% em relação ao ano de 2019.
Nos últimos sete anos, a maior redução no fluxo de visitantes foi observada no Parque Estadual do Prosa, que caiu de 5.816 em 2015 para 2.076 em 2019. Com a pandemia, o número de visitantes caiu para 173 em dois anos.
Há expectativa de retomada vigorosa do ecoturismo, tanto pela preferência dos turistas por áreas ecológicas, quanto pelas ações do Governo do Estado, que destinou R$ 800 milhões nos setores de serviços mais impactados pela pandemia, a maioria da cadeia produtiva do turismo, sem falar dos investimentos nas áreas de infraestrutura e logística. Segundo o secretário de Infraestrutura e presidente do Comitê Gestor do Programa de Saúde e Segurança na Economia (PROSSEGUIR), Eduardo Riedel, o Governo do Estado investiu R$ 4,5 bilhões em obras de infraestrutura e logística, saneamento e urbanização que contribuíram enormemente na melhoria do fluxo turístico, além do lançamento de programa específico ao setor (+Turismo) e na área cultural.
“Buscamos atender a todos os segmentos, serviços, setor produtivo, comércio, indústria, cultura, assistência social e meio ambiente e com isso o Estado está tendo condições de retornar à normalidade e desfrutar do desenvolvimento ordenado”, afirma Riedel. Para o secretário Eduardo Riedel, infraestrutura é fundamental para as atividades econômicas e atender, principalmente, as demandas crescentes do agronegócio e do turismo.
“O turismo passa a fazer parte do tripé da nossa base econômica, especialmente agora que Mato Grosso do Sul está sendo interligado ao Corredor Bioceânico, via de integração social, econômica, turística e cultural. Acreditamos que o desenvolvimento nas cidades acontece a partir dos investimentos em infraestrutura. Por isso, o Estado segue parceiro, destinando recursos para todos os setores e o turismo se insere neste contexto, agora com muito mais força”, ressalta, citando os eixos rodoviários importantes para o ecoturismo, com a pavimentação da MS-178 (Estrada do Curê), entre a MS-382 e a BR-267, e o asfaltamento de 101 km da MS-345 (Estrada do 21), entre Bonito e Anastácio, e a ligação das MS-382/178 com os balneários do Rio Formoso.
EXPANSÃO
O mapa turístico considera também as ações para preservação e conservação dos recursos naturais, já que todo o processo econômico depende de políticas ambientais. Não é à toa que milhares de hectares de áreas de preservação e conservação estão sendo a opção de turistas que buscam contemplar a natureza. Em Mato Grosso do Sul, são milhares e milhares de hectares com natureza preservada, matas exuberantes, rios e lagos cheios de vida que encantam e recompensam o turista.
Os parques estaduais são unidades de conservação administrados pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). Desde 2018 o Observatório do Turismo passou a acompanhar mais de perto o fluxo turístico em quatro parques estaduais, notando que, além do principal destino ecoturístico, Bonito, os visitantes passaram a procurar o Parque Estadual das Nascentes do Taquari. Época em que ficaram evidentes também a preferência pelo Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema e os Parques Estaduais Matas do Segredo e do Prosa. Todas essas unidades de conservação passaram por adequações em seus planos de manejo para possibilitar e incentivar a visitação pública.
Pode não parecer, mas a estratégia tem muito mais a ver com ecologia do que com economia. “Quando você traz a pessoa para dentro da unidade de conservação, em contato com a natureza, você faz ela entender a importância de cuidar, de conservar para as gerações futuras. Cada visita é uma aula prática de ecologia que funciona muito melhor do que uma campanha publicitária. A pessoa vê, toca, sente, aspira a natureza e acaba se tornando mais um conservacionista convicto”, diz o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.
Outros parques e áreas ambientais
O Estado conta ainda com outras unidades de conservação, parques e áreas ambientais abertas à visitação: o Parque Estadual Pantanal do Rio Negro, as Estradas-Parques do Pantanal e de Piraputanga, e Área de Proteção Ambiental (APA) rio Cênico Rotas Monçoeiras – rio Coxim.
Há, também, outros parques e áreas de proteção ambiental (APAs) em Campo Grande. São elas: Área de Proteção Ambiental do Córrego Guariroba; Lageado, Ceroula (local onde estão situados o Inferninho e Céuzinho), Parque Ecológico do Anhandui, e os parques que também são áreas de lazer e complexos esportivos: Horto Florestal, Praça Esportiva Belmar Fidalgo, Parque Tarsila do Amaral, Praça do Peixe, Oásis do Parque Residencial Maria Aparecia Pedrossian, Praça da Água, Praça Primeiro de Maio, Praça Recanto dos Pássaros, Parque Linear da Lagoa, Praça do Preto Velho e Parque Cônsul Assaf Trad; Parque Olímpico Ayrton Sena, Jacques da Luz e Sóter.
Edmir Conceição, Subcom
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