A vice-primeira-ministra da Ucrânia pediu ao Papa que negocie com Vladimir Putin a criação de um corredor humanitário para ajudar a tirar civis ucranianos de lá. Francisco reafirmou nesta quarta-feira (2) que está pronto para facilitar o diálogo.
Nesta Quarta-Feira de Cinzas, o Papa Francisco começou o Dia Internacional de Jejum e Oração pela Paz na Ucrânia agradecendo aos poloneses presentes à audiência pelo acolhimento da Polônia aos que fogem das bombas e por abrigar o maior número de refugiados.
Equipe do Jornal Nacional acompanha a fuga de ucranianos pela fronteira com a Polônia
Perto do Papa, estava o tradutor de língua polonesa, o frade ucraniano Marek Viktor Gongalo. O pontífice contou um pouco do drama da família do frade franciscano.
“Os pais dele são idosos, e estão num abrigo subterrâneo, perto de Kiev. O frade continua aqui conosco fazendo o seu trabalho. E através dele, nos aproximamos também a todas as pessoas que estão sofrendo com os bombardeios, de todos os idosos que se encontram em abrigos subterrâneos, se defendendo”, disse Francisco.
O Papa pediu mais uma vez a abertura de corredores humanitários para que os refugiados possam deixar as cidades bombardeadas.
E, novamente, se disse pronto para facilitar o diálogo entre a Rússia e a Ucrânia.
A guerra provoca atos de extremismo difíceis de conceber e que podem até aniquilar parte da cultura humana. Uma universidade de Milão cancelou um curso sobre o escritor russo Dostoiévski. Os professores se revoltaram e a universidade voltou atrás.
Na Rússia, duas mães acompanhadas de seus cinco filhos pequenos tentaram colocar flores e cartazes contra a guerra na frente da embaixada da Ucrânia. Todos acabaram presos. Em um vídeo distribuído nas redes sociais, uma das mães aparece falando com as crianças. Elas estão separadas por grades. Uma delas chora muito.
Também numa rede social, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, divulgou fotos das crianças detidas e disse que Putin está em guerra com crianças e que elas passaram a noite atrás das grades em Moscou.
Em São Petersburgo, centenas de manifestantes voltaram a desafiar o governo para protestar contra a invasão na Ucrânia. A polícia prendeu mais de 200 pessoas.
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