Lançado oficialmente pré-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, neste sábado (5), a dois anos e nove meses para completar o segundo mandato, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, do PSD, disse que deve deixar a prefeitura antes da data-limite, 2 de abril, instituída pela Justiça Eleitoral.
Isso significa que, em menos de um mês, a vice de Marquinhos, Adriane Barbosa Nogueira Lopes, do Patriota, vira a prefeita e comanda o município até dezembro de 2024.
Pela regra eleitoral, o prefeito deve renunciar ao mandato até seis meses antes da eleição, que ocorre no dia 2 de outubro.
Marquinhos, a estrela no encontro estadual do PSD, promovido pela manhã, e que reuniu políticos e alguns milhares de simpatizantes da legenda, na sede da Associação Nipo Brasileira, disse que resta ainda "alguns detalhes" de sua administração para, depois, renunciar ao cargo que, garante, ocorre antes do dia 2 do mês que vem.
O prefeito afirmou que a vice Adriane vai manter o secretariado escolhido por ele. Já a vice não fez pronunciamento no encontro estadual.
Marquinhos Trad insiste no nome do presidente da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de MS), Ricardo Ayache, que é do PSB, para concorrer ao governo a seu lado, como o vice-prefeito.
Ayache, que participou do encontro, contudo, não afiançou o desejo do prefeito que quer ser governador. Ele desconversou ao tratar o assunto, dizendo que não há uma definição acerca da possibilidade de concorrer como o vice.
Já o presidente municipal do PSB, o vereador Carlão, disse que seu partido está "quase 100%" certo de que forma aliança com o PSD na disputa pela prefeitura de Campo Grande. Adiantou, ainda, que o vice de Marquinhos deve ser um do PSB e que "o preferido" seria Ricardo Ayache, o presidente regional da legenda.
Marquinhos disse que, com a desistência de Ayache, teria como opção "algum nome" que "entenda administrativamente da saúde pública, se do PSB ou outro partido, pouco importa".
Ayache administra a Cassems, plano de saúde criado há duas décadas para os servidores estaduais, hoje um dos principais de MS.
No discurso, já falando como pré-candidato, Marquinhos, sem citar nome, atacou o governo de Reinaldo Azambuja, do PSDB. Disse que o tucano não "agiu certo" na partilha do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), e isso prejudicou a prefeitura de Campo Grande e que estaria aplicando recursos em obras "somente agora, há meses da eleição".
"Ué, por que não [investiu] durante os oitos anos de mandato?", questionou Marquinhos Trad.
O evento da pré-candidatura de Marquinhos juntou no palco, o senador Nelsinho Trad, presidente regional do partido, o deputado federal Fábio Trad, irmãos do prefeito, o deputado federal baiano Antônio Brito, líder da bancada do PSD, na Câmara dos Deputados e o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab.
Na solenidade, o PSD anunciou a filiação do deputado estadual Felipe Orro, que ontem havia deixado o PSDB.
CELSO BEJARANO/CORREIO DO ESTADO
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