Professor universitário, Tiago Botelho, que disputou o Senado pelo PT e obteve 178.004 votos, o terceiro mais votado, divulgou na tarde desta quarta-feira (19) ser contrário ao voto branco e nulo e a "militarização do governo", o apoio a candidatura de Eduardo Riedel, do PSDB, adversário do capitão Contar, do PRTB, neste segundo turno pelo governo de Mato Grosso do Sul.
O comunicado, transmitido por meio das redes sociais, informou o professor, foi destinado aos seus eleitores.
Logo no começo, ao justificar o apoio escolhido, Botelho criticou o adversário de Riedel, o capitão Contar:
"No Mato Grosso do Sul, para mim, a candidatura do Capitão Contar representa o extremismo, o negacionismo, a não política, a opressão às minorias, o despreparo de governabilidade e a militarização da educação. Capitão Contar despreza o diálogo, prática que sustenta a democracia; recusou dialogar e assinar compromissos com professores e técnicos na Federação dos Trabalhadores em Educação de MS, não participa de debates públicos enquanto candidato ao governo e não respeita pessoas e partidos que divirjam de sua limitada opinião".
Já ao citar que Riedel é em quem vai votar, Tiago Botelho afirmou: "Reconheço no projeto de Eduardo Riedel, mais compromisso com a democracia e a capacidade de diálogo do candidato, sem colocar em risco as instituições. Por essas razões, meu voto muito crítico, neste segundo turno das eleições, para o governo do MS, será nele".
Veja íntegra do comunicado do petista Tiago Botelho
CARTA AOS MEUS ELEITORES/AS A RESPEITO DA ESCOLHA PARA O GOVERNADOR DE MS
Inicialmente deixo registrado que sou contrário ao voto nulo e branco, ainda mais em se tratando das eleições para o Governo do estado que nasci, resido e amo.
Friso que se de um lado não consigo terceirizar a escolha, de outro respeito quem tenha decidido votar nulo ou branco nas eleições de segundo turno para governador.
A situação é crítica. Neste segundo turno temos dois candidatos que apoiam o Bolsonaro o pior presidente que o Brasil já teve, a perversidade em forma de ser humano, alguém que negou a compra de vacinas quando podia, trouxe o país para o mapa da fome e tenta de toda forma barrar investigações de corrupção de seu governo e sua família.
Meu Presidente com orgulho é Lula e todos já sabem!
No Mato Grosso do Sul, para mim, a candidatura do Capitão Contar representa o extremismo, o negacionismo, a não política, a opressão às minorias, o despreparo de governabilidade e a militarização da educação. Capitão Contar despreza o diálogo, prática que sustenta a democracia; recusou dialogar e assinar compromissos com professores e técnicos na Federação dos Trabalhadores em Educação de MS, não participa de debates públicos enquanto candidato ao governo e não respeita pessoas e partidos que divirjam de sua limitada opinião.
Parcela expressiva da classe política resolveu apostar na inexperiência e no despreparo. Apostaram no quanto pior melhor, pois pensam apenas em seus projetos políticos para as próximas eleições, mas aí quem sofre de verdade é o povo de Mato Grosso do Sul.
Sou um defensor da democracia, como professor e advogado não posso andar com quem defende medidas autoritárias que colocam em risco a educação, a democracia e a Justiça.
Tenho lado. Meu lado é o do povo, do SUS, do meio ambiente, da juventude, da educação, da cultura, das minorias. Justamente por ter lado e compromisso com o melhor para o nosso povo, ainda que ambos os candidatos não me representem, sou forçado a optar pela escolha daquele projeto que seja menos prejudicial ao MS.
Não acredito na política liberal e sou crítico à forma como o governo Eduardo Riedel tratou a educação, a cultura, a saúde, a agricultura familiar e os povos originários e tradicionais. A divergência política entre mim e o candidato Eduardo Riedel se mantém, contudo, neste momento, isso não está em jogo. O que está em perigo é algo muito maior e caro ao sul-mato-grossense: a nossa democracia! A militarização do governo põe a Constituição da República e do Estado sob ataque.
Reconheço no projeto de Eduardo Riedel, mais compromisso com a democracia e a capacidade de diálogo do candidato, sem colocar em risco as instituições. Por essas razões, meu voto muito crítico, neste segundo turno das eleições, para o governo do MS, será nele.
Confesso que tive vontade, muitas vezes, de não me pronunciar, mas, após ter participado do pleito de 2022 e obtido 178 mil e 44 votos, me calar, seria covardia política. Sendo assim, aos mais de 178 mil sonhadores que votaram em mim, humildemente, peço que, considerem a opção do voto contra o Contar, portanto, depositem o voto crítico ao Eduardo Riedel. Sabendo que eventual voto nulo e branco também poderá favorecer a eleição do capitão.
Para aqueles que porventura não se sintam contentes com meu posicionamento, eu compreendo, acreditem que esta não é uma escolha fácil para mim.
Meu voto é contra o Capitão Contar e, no outro dia, passada a eleição, serei oposição ao governo de Eduardo Riedel mas, neste momento, na minha humilde opinião, este projeto é o menos prejudicial à sociedade de Mato Grosso do Sul.
Nesse sentido, conclamo aos sul-mato-grossenses comprometidos com as minorias sociais e com o meio ambiente que ocupem a política, precisamos continuar de mãos dadas, só assim poderemos evitar, num futuro próximo, ter que voltar em um cenário tão dramático como este que temos no segundo turno.
O MS precisa da gente! Vamos às ruas, conquistar votos e fazer Lula Presidente.
“Faz escuro, mas eu canto [...]
Vamos juntos, multidão, trabalhar pela alegria, amanhã é um novo dia” (Thiago de Melo)
Dourados - MS, 22 de outubro de 2022
Professor Tiago Botelho
Celso Bejarano/Correio do Estado
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