Na ocasião, ele ocupava o cargo de Secretário de Segurança Pública do governo do Distrito Federal. Na sexta-feira, 6, 2 dias antes dos atos que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes, Torres deixou o País em viagem para os Estados Unidos.
"Naquele dia, naquela sexta-feira, os acampamentos estavam praticamente desmontados, ele [General Dutra] precisava da secretária de desenvolvimento social para tirar os vulneráveis, os moradores de rua, antes de fazer o desmonte final do acampamento. Essa foi a imagem que eu viajei com ela na cabeça, de pouquíssimas pessoas naquela sexta-feira, dia 6, nos acampamentos, eu jamais ia imaginar que aquilo ia acontecer, que aquilo ia virar de novo e se tornar o 8 de janeiro. Quando eu viajei não havia informação de inteligência”, afirmou Torres.
O ex-ministro também acrescentou que durante sua viagem os Estados Unidos, deixou um Plano de Ações Integradas assinado, enfatizando que se a Praça dos Três Poderes tivesse sido devidamente isolada, os atos do dia 8 de janeiro não teriam ocorrido.
"Se a Praça dos Três Poderes estivesse realmente isolada, não teria acontecido isso, senadora. Eu fui secretário de Segurança aqui durante dois anos e três meses, e eu digo à senhora com experiência que não teria acontecido", respondeu.
Torres disse ainda que viajou "extremamente tranquilo" devido ao plano que havia assinado e às condições vigentes no acampamento naquela ocasião.
"Eu viajei extremamente tranquilo por esses dois fatores. Primeiro, as imagens do acampamento daquele dia e, segundo, o PAI [Plano de Ações Integradas] que ficou assinado com as determinações para as instituições e órgãos e agências trabalharem no dia do 8 de janeiro", completou.
Durante seu depoimento à CPMI do Atos Golpistas nesta terça-feira, 8, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres declarou que o planejamento de segurança para os atos do dia 8 de janeiro não apontava para a possibilidade de qualquer ruptura ou episódios de terrorismo, semelhantes aos ocorridos naquele domingo.
De acordo com Torres, levando em consideração os planos de vigilância para aquele protesto, "só se caísse uma bomba" os atos teriam chegado àquele nível de destruição.
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