Muito antes de a pauta racial ganhar espaço relevante na mídia e no mundo corporativo, Fausto Silva já criticava o racismo, assim como promovia a participação de artistas negros de diferentes gerações em seus programas na Band e Globo.
Caprichoso, o destino presenteou o apresentador com o coração de um homem negro. Desde a cirurgia de transplante, realizada no dia 27, bate em seu peito o órgão de Fábio Cordeiro da Silva, vítima de AVC (acidente vascular cerebral) aos 35 ano.
Por regra, a identidade do doador nunca é revelada, mas órgãos de imprensa chegaram ao nome dele a partir de apuração de dados.
Em entrevista ao colunista Lucas Pasin, do UOL, Faustão disse que agora possui “um coração novo, de um garotão de 35 anos”. A declaração corrobora a informação de que o órgão pertenceu ao morador de Mongaguá.
O rapaz trabalhava como azulejista em uma obra quando se sentiu mal e desmaiou. O socorro demorou horas. Levado ao hospital, médicos atestaram a morte encefálica dias depois.
Algumas coincidências ligam Faustão a Fábio. O nome de ambos começa com a letra F e têm o mesmo sobrenome Silva.
Sempre foram apaixonados por futebol. O comunicador trabalhou muitos anos como repórter de campo. O doador era atleta de várzea e atuou em times amadores do litoral. Jogava pela lateral esquerda, posição que rendeu o apelido Esquerdinha.
O órgão doado ao apresentador saiu de helicóptero do campo da Portuguesa Santista, na cidade do time para o qual ele torce, o Santos Futebol Clube.
Renovado, Fausto Silva, de 73 anos, se recupera bem do transplante. Vida longa ao grande apresentador.
Jeff Benício
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