Para debater os últimos ajustes da reforma tributária, prevista para ser votada em outubro, os secretários de Estado de Fazenda de todo País estão reunidos no 42° Comsefaz e 190° Confaz. Os encontros estão sendo realizados na sede da Bolsa de Valores no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (28) e sexta-feira (29).
De acordo com o secretário de Fazenda de Mato Grosso do Sul, Flávio César, além da reforma tributária, o colegiado vai debater outros temas de interesse federativo, como a situação fiscal dos estados, especialmente diante dos sucessivos registros de queda das receitas do FPE (Fundo de Participação dos Estados) e o programa Remessa Conforme.
“Nós, enquanto representantes dos Estados, temos um papel a cumprir no pacto federativo que é de defender a posição dos estados e melhorar a qualidade de vida da população. Uma das mudanças sugeridas e que será debatida nesse encontro é o aumento para R$ 75 bilhões no valor do Fundo de Desenvolvimento Regional. No texto aprovado pelos deputados, o montante do FNDR é de R$ 40 bi. As competências do Conselho Federativo, a alíquota do IBS/CBS e as regras do fundo de compensação dos benefícios fiscais são temas que também têm merecido destaque na pauta da reforma. Com certeza daqui sairão encaminhamentos importantes que mostram a integração das Fazendas estaduais e federal”, declarou.
Reforma Tributária
Após a aprovação do projeto em setembro pela Câmara dos Deputados, a PEC 45/2019 vem sendo analisada pelos senadores. A expectativa, segundo declarou terça-feira (26) o relator da proposta, senador Eduardo Braga (MDB/AM), é que a PEC seja votada dia 20 de outubro.
Na quarta-feira (27), em Brasília, o vice-presidente do Comsefaz e secretário de Fazenda de Rondônia, Luís Fernando Pereira da Silva, representou o Comitê em audiência pública, no Senado, que debateu os pontos de interesses dos estados na reforma tributária.
Remessa Conforme
Criado pelo Ministério da Fazenda, o Remessa Conforme entrou em vigor em 1º de agosto e vai contemplar as empresas estrangeiras que aderirem ao sistema voluntariamente.
Com o novo sistema, os fiscos possuem maior eficiência fiscalizatória e o acompanhamento de quase a totalidade das mercadorias que entram em território nacional, já sendo possível captar inúmeras fraudes nas operações de importação.
A integração das Fazendas estaduais e federal é primordial para a efetividade da medida. No mês de junho, por meio da celebração do Convênio ICMS 81/2023, os estados decidiram pela adoção de uma alíquota de 17% em operações realizadas em plataformas de importação de remessas expressas.
Para ampliar a segurança jurídica do programa, os estados estão discutindo a possibilidade de celebrar um convênio para remitir a cobrança de diferenças do imposto superiores a 17%, uma vez que venha a ocorrer eventual incidência pelo fato de alguns estados ainda não terem internalizado em tempo hábil o convênio na legislação estadual.
Mesmo com pouco tempo, o novo modelo de tributação já apresenta resultados positivos. Até o ano passado, apenas 2% das remessas internacionais que entravam no Brasil eram informadas a RFB, ou seja, apenas 2% eram devidamente tributadas.
O Remessa Conforme proporciona competitividade e equalização de tratamento tributário às empresas nacionais, além de trazer mais segurança ao contribuinte, devido à maior transparência dessas operações, inclusive no que diz respeito à efetiva entrega da mercadoria.
Diana Gauna, com assessoria Comsefaz
Foto: Assessoria/ Comsefaz
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