O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, falou sobre a alta no número de casos de dengue no Brasil e considerou que a epidemia vivida aqui está em consonância com a situação no resto do mundo. Tedros está no país onde participou, mais cedo nesta quarta-feira, 7, do lançamento do Programa Brasil Saudável, realizado pelo Ministério da Saúde.
"Muitos países, o Brasil inclusive, estão encarando desafios significativos com doenças transmissíveis e não transmissíveis, incluindo o recente surto de dengue, que está sendo ampliado pelo fenômeno do El Niño. Esse surto de dengue é parte de uma escala de aumento global da dengue", disse Adhanom.
O diretor-geral da OMS acrescentou que, no ano passado, foram registrados mais de 5 milhões de casos da doença, além de mais de 50 mil mortes relacionadas à dengue em 80 países. Segundo Tedros Adhanom, os registros ocorreram em todas as regiões do mundo, exceto a Europa.
"É uma emergência global", afirmou Tedros, que disse ter vindo ao Brasil para acompanhar a resposta ao surto e pela liderança do país na introdução da nova vacina contra a dengue, prevista para ser aplicada em 521 municípios.
O Brasil tem 364.855 casos prováveis de dengue, segundo o boletim mais recente do ministério, atualizado na última terça-feira, 6. As regiões com maiores incidências da doença são Distrito Federal, Minas Gerais e Acre. Apesar do número alarmante, porém, Nísia considerou que ainda não é o momento de declarar emergência nacional.
Fala da ministra da Saúde
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também falou sobre os casos de dengue ao ser entrevistada por jornalistas após o mesmo evento. Para ela, o governo federal "não pode vender a ilusão" de que apenas a vacina será suficiente para controlar a epidemia no país.
"A vacina não pode ser vista como um instrumento mágico, porque precisa de duas doses. É um intervalos de três meses" disse, acrescentando que também há uma oferta limitada de doses. A ministra conversou com jornalistas durante o evento de lançamento do Programa Brasil Saudável.
Nísia defendeu que o mais importante neste momento é controlar a proliferação do mosquito. "A mensagem agora é de controle de vetores", afirmou.
Ela também afirmou que o Ministério da Saúde vai apresentar em breve o calendário de vacinação junto aos municípios. A vacinação contra a dengue será progressiva e distribuída de acordo com critérios de incidência da doença, dado ao número limitado de doses produzidas pelo laboratório. Dentro do grupo para qual a vacina for liberada, terão prioridade crianças entre 10 e 14 anos.
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