Com a aproximação das convenções partidárias, quando os partidos poderão deliberar sobre coligações e escolher candidatas e candidatos às prefeituras, bem como aos cargos de vereador, para as eleições municipais deste ano, está ocorrendo uma verdadeira “romaria” de lideranças políticas à porta do ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, a fim de pedir a vaga de vice-prefeito de Campo Grande na chapa encabeçada pelo deputado federal Beto Pereira, na disputa pela prefeitura da Capital.
No momento, Azambuja está mais ouvindo do que falando. “Penso que vice é uma composição e que pode vir de qualquer um dos partidos que vão estar aliados conosco na majoritária e, principalmente, no programa de governo que o Beto tem desenhado”, disse ao Correio do Estado.
Ele complementou que o candidato a vice terá de estar bem sintonizado, até porque será uma parte importante na chapa. “Pois ajudará a resolver os problemas e a melhorar a gestão pública da Prefeitura de Campo Grande, que infelizmente vem se deteriorando com o passar dos anos. Hoje, talvez, a nossa capital seja a com o pior quadro de estabilidade fiscal entre todas [as capitais] e que não dá conta de resolver os problemas mínimos que afligem a população. Então, eu entendo que o vice será uma pessoa que possa somar a esse grande desafio que o Beto vai ter de apresentar, que é um programa de governo plausível e maduro para resolver esses problemas dos últimos anos que Campo Grande enfrentou”, avisou.
Agora, conforme Azambuja, é claro que todos os partidos pleiteiam a vaga, e isso, segundo ele, é normal na política. “Mas nós vamos decidir isso conjuntamente, e não será uma decisão isolada do PSDB, mas sim do partido, com todos os aliados que estiverem conosco, ajudando nesse projeto que é a eleição do Beto”, revelou.
O PSB, do presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão, foi uma sigla que manifestou o interesse de indicar um vice.
O próprio presidente do PSB de MS, deputado estadual Paulo Duarte, confirmou à reportagem que o partido tem o desejo de se aliar ao PSDB nas eleições municipais deste ano em Campo Grande e também em alguns municípios do interior de Mato Grosso do Sul. “Temos sim o interesse de indicarmos o nome do PSB para ser o vice da candidatura do Beto Pereira, pode ser o Carlão ou outra liderança do partido em Campo Grande”, declarou.
Outra legenda de olho na vaga de vice-prefeito na chapa encabeçada pelo deputado federal é o Podemos – e a presidente estadual da sigla, senadora Soraya Thronicke, também confirmou ao Correio do Estado o interesse. Ela, inclusive, já sinalizou a possibilidade ao governador Eduardo Riedel, porém, caso não seja possível, o apoio do partido continuará sendo para a candidatura do PSDB.
A reportagem apurou que outras legendas também estariam a estudar essa possibilidade, como o MDB, do ex-governador André Puccinelli, pois, atualmente, ainda não há nenhuma garantia de que Puccinelli vai mesmo concorrer à prefeitura da Capital.
Para o eleitorado, ele bate o pé que é sim pré-candidato, contudo, nos bastidores, o presidente estadual do partido, ex-senador Waldemir Moka, e o próprio Puccinelli estariam conversando com Azambuja sobre uma possível aliança.
Fontes ouvidas pelo Correio do Estado confirmaram que essa parceria interessa ao PSDB pela força do partido e pelos votos dos eleitores de Puccinelli em Campo Grande, município que já foi prefeito por dois mandatos.
Outro dirigente em conversa com o presidente estadual do PSDB seria o senador Nelsinho Trad, presidente estadual do PSD, o qual já teria até expressado a vontade de fazer uma aliança com os tucanos, caso o deputado estadual Pedrossian Neto abrir mão de sua pré-candidatura.
No entanto, Pedrossian Neto nem sequer pensa na hipótese de ficar de fora da disputa pela Prefeitura de Campo Grande. “Não existe essa hipótese de eu abrir mão da minha pré-candidatura. Além disso, penso não ser um bom negócio trocar um mandato de deputado estadual, em que há protagonismo, pelo cargo de vice-prefeito, que muitas vezes nem sequer tem função administrativa”, declarou ao Correio do Estado.
Ele ressaltou também que esteve acompanhado de Trad no encontro com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para tratar das eleições municipais e que o mandatário prometeu apoio logístico à candidatura.
Entretanto, o nome para vice que agrada muito aos tucanos é o da atual titular da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Rose Modesto. Porém, ela já avisou que ser vice não está em seus planos e que, caso realmente resolva disputar o pleito deste ano, será como candidata a prefeita da Capital.
DANIEL PEDRA E ADILSON TRINDADE
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