Durante a reunião ministerial realizada na noite de segunda-feira, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu que está perdendo a “guerra” para a narrativa oposicionista do bolsonarismo, e o reflexo disso seria a queda de popularidade apontada pelas pesquisas.
Por isso, para avançar no terreno da oposição e reverter a redução da popularidade, o presidente Lula disse aos ministros que pretende viajar, em breve, até os redutos da extrema direita no Brasil, como os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, para “encarar” de frente os bolsonaristas.
Em Mato Grosso do Sul, nas eleições gerais de 2022, Lula obteve somente 40,51% dos votos no segundo turno, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alcançou 59,49%.
Até o momento, Mato Grosso do Sul e os estados do Tocantins, Alagoas, Santa Catarina, Rondônia e Acre ainda não receberam o presidente no seu terceiro mandato.
No Brasil, Lula já passou por Minas Gerais, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás.
ARTICULAÇÃO
O deputado federal Vander Loubet (PT), coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso nacional, reuniu-se, no início da noite de ontem, em Brasília (DF), com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para tratar, entre outros assuntos, da visita do presidente Lula ao Estado.
Após o encontro, o parlamentar sul-mato-grossense disse, com exclusividade ao Correio do Estado, que não fecharam a data da vinda do presidente Lula a MS, porém, ficou acertado que ele virá ainda neste semestre.
“Dei a sugestão ao Padilha para que o Lula venha a Mato Grosso do Sul entre os dias 16 e 18 de abril, quando a Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados, promoverá a Feira de Tecnologias e Conhecimentos para a Agricultura Familiar [Tecnofam]”,
informou.
Vander Loubet saiu confiante da reunião, pois o ministro de Relações Institucionais ficou de interceder junto à Presidência para que essa data seja fechada. “Caso não seja possível, também vão estudar uma data antes do fim de junho, mas, aí, o presidente deve visitar as obras da Ponte Bioceânica, que está sendo construída sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta [Paraguai]”, pontuou.
O parlamentar explicou que, na última edição, em 2022, a Tecnofam recebeu cerca de cinco mil visitantes em três dias, e a expectativa para este ano é de que esse número seja superado.
“A Tecnofam extrapolou as divisas de Mato Grosso do Sul e já é o maior evento do Centro-Sul do País e um dos maiores do Brasil nesta temática [agricultura familiar]”, revelou.
MINISTRA
Na manhã de ontem, durante visita às obras da ponte sobre o Rio Paraguai, que ligará Porto Murtinho a Carmelo Peralta, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que pretende trazer ainda neste ano o presidente Lula ao Estado, para acompanhar a construção.
“Não é uma promessa, mas queremos trazer ainda neste ano o presidente Lula, quando a alça de acesso à ponte estiver em execução, para que possa ver a beleza que é essa obra e o quanto é importante para o Brasil”, afirmou.
A obra à qual ela se referiu é um projeto de R$ 472 milhões, que serão liberados pelo governo federal para construção de estrutura alfandegária e pavimentação de 13 quilômetros, ligando a BR-267
à ponte que está em construção, com cerca de 50% das obras concluídas.
A previsão é de que as obras desta alça comecem em julho ou agosto, conforme informou na semana passada o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.
Atualmente, a empresa que venceu a licitação ainda está elaborando o projeto executivo, já que o certame foi realizado em um regime diferenciado de licitação.
As obras do lado brasileiro da ponte ficaram praticamente paradas durante três meses e foram retomadas recentemente. Elas foram interrompidas pela Receita Federal, que embargou a entrada de materiais de construção vindos do Paraguai por falta de documentação que comprovasse o recolhimento dos tributos de importação.
Bancadas pela Itaipu e com orçamento inicialmente estipulado em US$ 90 milhões, a ponte terá 1.294 metros. A previsão é de que ela seja concluída até o fim de 2026.
Daniel Pedra Colaboraram Neri Kaspary e Silvio Andrade
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