Além do vereador de Campo Grande e ex-secretário de Fazenda de Sidrolândia, Claudinho Serra (PSDB), tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça o assessor de Cladiunho na Câmara de Campo Grande, Carmo Name Júnior, Ueverton da Silva Macedo (também conhecido pelo apelido de “Frescura”, Ricardo José Rocamora Alves, Milton Matherus Paiva Matos, Ana Cláudia Alves Flores, Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa e Thiago Rodrigues Alves.
Todos eles foram alvos da Operação Tromper, conduzida pelo Grupo de Apoio Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) nesta quarta-feira (3) em Campo Grande e em Sidrolândia. Claudinho, Frescura e Ricardo Rocamora são considerados os líderes do esquema de corrupção.
O Gaeco verificou em suas interceptações que os envolvidos no esquema pediam emissões de notas fiscais, a mando de Claudinho Serra, para pagamentos de propinas. Em uma das conversas, um dos envolvidos mostrou um maço de dinheiro para indicar a necessidade dos pagamentos. O Gaeco também fala em uma suposta “voracidade” de Claudinho Serra.
Também foram alvos de mandados de busca e apreensão, os mesmos nove que foram alvo de prisões preventivas, além de Luiz Gustavo Justiniano Marcondes, Jacqueline Mendonça Leiria, a empresa MP Assessoria e Cnsultoria e Serviços Ltda, Rafael Soares Rodrigues, Paulo Vítor Famea, Heberton Mendonça da Silva, Roger William Thompson Teixeira de Andrade, Roberta de Souza, Valdemir Santos Monção, Cleiton Nonato Correia, GC Obras de Pavimentação Asfáltica Ltda, Edmilson Rosa, Ar Pavimentação e Sinalização, Fernanda Regina Saltareli, CGS Construtora e Serviços, Izaquel de Souza Diniz (Gabriel Auto Car), Yuri Morais Caetano, Maxilaine Dias de Oliveira (pessoa física), Maxilaine Dias de Oliveira LTDA (pessoa jurídica) e Jânio José Silvério.
Como trata-se da terceira fase da operação do Gaeco, o montante das fraudes sob investigação na prefeitura de Sidrolândia já alcança R$ 15 milhões. Desta vez, eles identificaram uma ramificação da organização que atuava no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica.
Maço de dinheiro
A investigação mostra que em 23 de setembro do ano passado, Ricardo Rocamora iniciou conversa com o Uerverton “Frescura” mandando uma foto de maços de dinheiro. “Na sequência, Ueverton Macedo menciona sobre a necessidade de emitir notas fiscais ainda naquele dia, sendo que tal necessidade surgiu devido ao pedido de Claudio Jordão Serra Filho (o Claudinho Serra), tratado nas conversas como “chefe”, afirmaram os promotores do Gaeco.
O Gaeco chega a falar em uma suposta “voracidade” de Claudinho Serra para subtrair recursos da prefeitura. “Ainda sobre o tema, os elementos de prova que serão apresentados demonstram a voracidade de Cláudio Serra Filho em desviar recursos públicos”.
Vínculos com empreiteiras
Na decisão que autorizou a operação, o juiz de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, falou da necessidade de prender Claudinho Serra e Carmo Name Júnior, mesmo com a saída deles da prefeitura daquela cidade. Claudinho atualmente é vereador em Campo Grande.
“Ambos têm possível relação direta com as empresas AR Pavimentação e Sinalização, GC Obras de Pavimentação, e CGS Construtora e Serviços Eireli, que tiveram o vínculo iniciado com a Prefeitura de Sidrolândia, logo após a chegada dele ao cargo de secretário, em 2022, contratadas pela municipalidade, via a modalidade convite, valores que totalizam aproximadamente R$ 12.000.000,00”, afirma o juiz.
“Ademais, ambos têm relação direta com Ricardo Rocamora, Ueverton Macedo - “Frescura” e Milton Matheus Paiva e as suas empresas, já que foram elas quem sustentaram, desde o início, a provável organização criminosa, continuando tais empresas com contratos atuais com a Prefeitura de Sidrolândia”, complementou o magistrado.
Eduardo Miranda/Correio do Estado
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