Nas próximas horas, conforme fontes ouvidas pelo Correio do Estado, o ex-governador André Puccinelli (MDB) deverá anunciar a desistência da pré-candidatura a prefeito de Campo Grande nas eleições municipais do dia 6 de outubro.
Segundo apuração da reportagem, caso ele confirme mesmo a saída da disputa pela cadeira de chefe do Executivo municipal, será a terceira “amarelada”, já que a primeira foi em 2002, quando abriu mão de disputar o cargo de governador contra o desafeto Zeca do PT, que buscava a reeleição, e indicou a ex-senadora Marisa Serrano, que acabou derrotada.
Já a segunda “amarelada” foi em 2020, quando preferiu lançar o deputado estadual Marcio Fernandes para tentar impedir a reeleição do então prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad, que na época era do PSD e hoje está no PDT, mas o candidato de Puccinelli mais uma vez foi derrotado.
Agora, o ex-governador vai desistir pela terceira vez de uma disputa eleitoral porque, conforme o pré-candidato, as reuniões em Brasília (DF) na semana passada não deram resultado. Na capital federal, ele foi em busca de mais recursos do MDB nacional, da aliança com o PL e do apoio do Solidariedade.
Conforme apurou o Correio do Estado, o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, refutou mandar mais dinheiro para a campanha de André Puccinelli, enquanto o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, avisou que o ex-presidente da República Jair Bolsonaro decidiu fazer aliança com o PP da senadora Tereza Cristina, apoiando a reeleição da prefeita Adriane Lopes.
Quanto ao Solidariedade, as informações de bastidores são de que o presidente nacional da legenda, Paulinho da Força, estaria mais próximo do PSDB em Campo Grande do que do MDB, mesmo tendo como vice-presidente estadual o advogado André Puccinelli Júnior, filho do ex-governador.
NOVO RUMO
Como o Correio do Estado já tinha informando, André Puccinelli deverá sair pré-candidato a vereador pelo MDB e ajudar na conquista de mais duas cadeiras, além da própria, fortalecendo a base da legenda no município e ficando com o caminho livre para ser candidato a deputado federal em 2026.
A respeito de quem o ex-governador vai apoiar para o cargo de chefe do Executivo em 2025, a reportagem obteve a confirmação, junto a fontes ligadas ao PSDB, de que o escolhido foi o deputado federal Beto Pereira, pré-candidato a prefeito de Campo Grande.
André Puccinelli teria até ficado tentado com a proposta da senadora Tereza Cristina de apoiar o projeto de reeleição de Adriane Lopes pelo PP, mas a aliança com o PSDB vem de longa data, e isso teria falado mais alto na hora de bater o martelo, além disso, ambos os partidos já tinham firmado trabalhar juntos pela reeleição do atual governador Eduardo Riedel em 2026.
A confiança de que o ex-governador vai caminhar com Beto Pereira é tanta que ele já estaria sendo esperado para o ato político agendado para esta sexta-feira, às 18h30min, no espaço localizado na Avenida Calógeras, nº 950, no centro de Campo Grande, quando o deputado federal dará o pontapé inicial em seu projeto de candidatura à prefeitura da Capital.
Na ocasião, será feito o lançamento oficial da pré-candidatura do tucano a prefeito da Capital, e também estarão presentes o governador Eduardo Riedel, o ex-governador Reinaldo Azambuja e representantes dos partidos que já declararam apoio a Beto, como Cidadania, PSB, Podemos, Republicanos e PSD.
A expectativa de fonte ouvida pelo Correio do Estado é de que André Puccinelli também fará o anúncio oficial do apoio ao pré-candidato tucano, aumentando seu arco de aliança, que passará a contar também com o MDB, chegando a seis partidos – talvez sete, caso o Solidariedade declare apoio.
Além do ex-governador e e seu filho, outro membro da família Puccinelli que deverá abraçar a pré-candidatura de Beto Pereira é a advogada Denise Puccinelli, filha mais nova de André, que poderá ser a pré-candidata a vice-prefeita na chapa encabeçada pelo tucano. Entretanto, caso ela não queira, o MDB já teria o vereador Junior Coringa.
Daniel Pedra/Correio do Estado.
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