O policial militar Edvaldo Bernardo da Silva, de 60 anos, morreu neste domingo (5) após ser submetido a uma cirurgia na coluna. A família da vítima suspeita de negligência por parte da equipe médica responsável pelo procedimento, realizado no Hospital Cassems, em Campo Grande.
Conforme consta no boletim de ocorrência, a filha de Edvaldo relatou à polícia que o pai foi diagnosticado com "bico de papagaio" no final de 2024 e passou a ser acompanhado por um ortopedista. O médico teria indicado a necessidade de uma cirurgia na coluna lombar, realizada em março deste ano. Após o procedimento, o paciente permaneceu internado por quatro dias, sendo liberado em seguida.
Entretanto, cerca de 15 dias depois, Edvaldo voltou a sentir dores intensas. Exames apontaram que os pinos e placas implantados na cirurgia haviam se deslocado, o que levou à recomendação de uma nova intervenção cirúrgica, marcada para o dia 28 de abril.
De acordo com o boletim, o segundo procedimento foi realizado por meio de uma incisão abdominal, já que não era possível operar pelo mesmo local da primeira cirurgia. A abordagem, segundo o médico, apresentava riscos. Ao término do procedimento, um cirurgião vascular informou à família que houve uma grave intercorrência: o rompimento da aorta de Edvaldo. Nenhuma explicação detalhada sobre a altura ou a causa exata do rompimento foi dada aos familiares.
Após a cirurgia, Edvaldo permaneceu internado e apresentou piora progressiva em seu quadro clínico, vindo a falecer neste domingo. A filha relatou ainda que o pai era hipertenso, mas seguia tratamento adequado e não apresentava outras comorbidades. Ela também afirmou que todos os exames pré-operatórios haviam sido realizados.
Um ponto que gerou revolta na família, segundo o registro policial, foi a ausência de contato do médico com os familiares desde a realização da segunda cirurgia.
O caso foi registrado como morte decorrente de fato atípico, na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol. O corpo do idoso foi encaminhado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde será realizado exame necroscópico que poderá ajudar a esclarecer a causa da morte.
A reportagem está tentando contato com a Cassems para saber a versão da instituição sobre o ocorrido. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.
Por Bruna Marques
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