Um grupo de filiados ao Partido Liberal (PL) em Mato Grosso do Sul mantém viva a esperança de uma reviravolta nas articulações políticas para as eleições de 2026. O foco está na possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro reconsiderar sua estratégia e apoiar um candidato próprio o chamado “bolsonarista raiz” para disputar o Governo do Estado e o Senado Federal. A movimentação ocorre em meio à expectativa de que o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) assuma o comando do PL no Estado, o que tem gerado desconforto entre parte da militância. O grupo mais próximo ao deputado federal Marcos Pollon (PL) acredita que o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, pode convencer o pai a mudar de rumo. Eduardo está nos Estados Unidos, liderando ações contra o ministro Alexandre de Moraes e o que chama de “ditadura” no Brasil. Pollon, aliado de Eduardo, esteve recentemente nos EUA e teria discutido a eleição estadual com o filho do ex-presidente. O parlamentar sul-mato-grossense tem demonstrado interesse em disputar um cargo majoritário, com prioridade para o Governo do Estado, seguido pelo Senado. A reeleição à Câmara seria sua última opção. Em declarações públicas, Pollon afirmou: “Prefiro morrer atirando do que como um rato”, reforçando sua disposição em construir uma base sólida da direita no Estado. Apesar do entusiasmo do grupo bolsonarista, a tendência é que Azambuja assuma o diretório estadual do PL nos próximos dias. Diante disso, Pollon já iniciou conversas com o Partido Novo e o Republicanos sobre uma possível mudança de legenda. O histórico recente também pesa: em 2024, o PL tinha expectativa de lançar candidatura própria em Campo Grande, mas Bolsonaro optou por apoiar o PSDB em todo o Estado, o que resultou na perda da presidência estadual do partido por Pollon e no veto de diversas candidaturas que ele articulava. O deputado federal Eduardo Bolsonaro também criticou a senadora Tereza Cristina pela aprovação da Lei da Reciprocidade, que, segundo ele, fortalece o discurso do presidente Lula contra Donald Trump. A pouco mais de um ano das eleições, setores da direita começam a sentir os efeitos de suas próprias estratégias, tornando-se, segundo analistas, “vítimas do próprio veneno”. |