O cenário político de Mato Grosso do Sul foi profundamente redesenhado com as recentes filiações partidárias dentro da tríplice aliança formada por PP, PL e PSDB. A movimentação estratégica de prefeitos consolidou uma nova arquitetura de poder, em que a influência do ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) foi decisiva para conter o avanço do Progressistas (PP) no interior do Estado. O PP, liderado pela senadora Tereza Cristina, contabiliza atualmente 22 prefeituras, após a filiação do governador Eduardo Riedel. No entanto, conforme apurado pelo jornal Correio do Estado, o partido sofreu um revés importante com a desistência do prefeito de Três Lagoas, Dr. Cassiano Maia (PSDB), de migrar para a sigla. A cerimônia de filiação, prevista para o dia 4 de outubro, incluiria outros nomes como Marcelo Pé (Antônio João), Gilson Cruz (Juti), Nelson Cintra (Porto Murtinho) e Leocir Montanha (São Gabriel do Oeste), mas perdeu força com a ausência de Maia, considerado o ativo mais cobiçado no Leste do Estado. A permanência de Cassiano Maia no PSDB teria sido resultado de um pedido direto de Azambuja, que atuou nos bastidores para manter o controle político sobre Três Lagoas, terceiro maior colégio eleitoral do Estado e polo industrial estratégico. Com isso, o PP encerra o ciclo de filiações sem alcançar a simbólica marca de 23 prefeituras, mantendo-se empatado com o PSDB e atrás do PL. Ainda segundo o Correio do Estado, Três Lagoas é um ativo econômico e eleitoral de grande relevância. Com cerca de 143.500 habitantes, a cidade se consolidou como o “Vale da Celulose”, sendo reconhecida como o maior produtor e exportador mundial do setor. Seu Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 17 vezes em um período de expansão industrial, tornando o município um dos principais motores da economia sul-mato-grossense. A articulação liderada por Azambuja também resultou na migração de 18 prefeitos do PSDB para o PL, que agora lidera com 23 prefeituras. Essa movimentação fortaleceu o PL e impediu o colapso do PSDB, que se mantém com 22 prefeituras. A paridade entre os três partidos sinaliza uma disputa acirrada para as eleições de 2026, quando o peso municipal será decisivo na formação de chapas para o Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa. Apesar de administrar Campo Grande, o PP concentra suas prefeituras em municípios de pequeno e médio porte, com até 25 mil eleitores. Já os maiores centros Dourados, Três Lagoas e Ponta Porã seguem sob comando do PSDB. A prefeita da Capital, Adriane Lopes (PP), tem mantido baixa exposição política, focando na entrega de obras e infraestrutura, estratégia atribuída à senadora Tereza Cristina. Conforme o Correio do Estado, Azambuja permanece como o articulador-chave dos partidos de centro e direita no Estado, definindo os limites e possibilidades de seus aliados rumo a 2026. |