O Brasil registra, até o momento, 59 casos de intoxicação por metanol, entre suspeitos e confirmados, de acordo com o balanço do Ministério da Saúde. A maioria, 41, no estado de São Paulo. Do total de oito óbitos suspeitos, um foi confirmado em São Paulo, outros cinco seguem em investigação no estado paulista e dois em Pernambuco.
O Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação para coordenar as ações e monitorar os casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebida alcoólica. O espaço permanecerá ativo enquanto houver risco sanitário e necessidade de monitoramento dos casos desse tipo de intoxicação classificado como Evento de Saúde Pública.
A hipótese de possível adulteração de bebidas alcoólicas se deu por conta do número acima da média de intoxicação por metanol: o Brasil costumava ter em torno de 20 casos por ano.
Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (2), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou o primeiro caso no Distrito Federal, mas não citou nomes. O ministro citou os 11 casos já confirmados com detecção laboratorial mais o de Brasília, que teve a confirmação de metanol no exame.
“A gente já pode afirmar, pelo acompanhamento que o ministério da Saúde faz, nossa equipe inclusive, está acompanhando internação, nossa equipe tem profissionais que acompanha tecnicamente internação, a gente já pode colocar que são 12 confirmados”.
Mais cedo nesta quinta-feira, em Brasília, o rapper Gustavo Hungria foi internado em um hospital com suspeita de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica adulterada. De acordo com o boletim médico divulgado pelo hospital, ele deu entrada com sintomas suspeitos de intoxicação por metanol, está internado em unidade de terapia intensiva, sem alterações visuais e com quadro clínico estável, consciente, orientado e com respiração espontânea. Iniciou tratamento específico e hemodiálise para eliminação da substância tóxica.
A casa de shows onde Hungria se apresentou no último domingo em São Bernardo do Campo na Grande São Paulo foi interditada pela vigilância sanitária. Em nota, o estabelecimento disse que a medida foi precipitada e meramente cautelar, sem comprovação de qualquer irregularidade. Também afirmou que adquire todas as bebidas com procedência garantida com nota fiscal.
Na capital paulista, dois irmãos suspeitos de adulteração de bebidas alcoólicas são investigados pela Polícia Civil, que apreendeu 1,8 mil lacres e tampas de uísques de marcas nacionais e importadas. Segundo o boletim de ocorrência, a suspeita é de que os irmãos trocavam o conteúdo das garrafas mais caras por líquidos mais baratos ou feitos de forma artesanal, e depois usavam tampas e lacres falsificados, para comercializar os produtos como se fossem originais.
O Procon de São Paulo criou um canal para denúncias: os consumidores que observarem bebidas suspeitas de adulteração, em mercados ou em consumo no local, podem formalizar denúncia pelo site procon.sp.gov.br.
A orientação para os consumidores é não comprar bebidas sem rótulo, lacre de segurança ou selo fiscal.
*Com produção de Helder Castro
Edição:
Roberta Lopes / Fran de Paula
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