A Câmara Municipal de Costa Rica-MS realizou na última sexta-feira (26) uma audiência pública para apresentar a prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde referente ao segundo quadrimestre de 2025. Apesar dos avanços expressivos nos indicadores e da transparência na exposição dos dados, o presidente da Casa, vereador Artur Baird, fez um desabafo que ecoou entre os presentes: “Na hora da cobrança, a sociedade é implacável. Mas na hora de participar, não comparece”. A fala veio ao final de uma audiência marcada por números positivos e relatos emocionantes. O município investiu mais de R$ 27 milhões em saúde, ultrapassando em mais de R$ 11 milhões o mínimo constitucional exigido. Houve crescimento em consultas, exames e visitas domiciliares, além de melhorias na estrutura hospitalar e na assistência social. Os dados confirmam o avanço: as visitas dos Agentes Comunitários de Saúde cresceram 35,4%, as consultas médicas aumentaram 20,1% e os exames de Papanicolau mais que dobraram de 240 para 506. Mesmo com transmissão ao vivo pelas redes sociais e canais abertos para participação popular, o plenário esteve praticamente vazio. “É frustrante ver um espaço como este, preparado para ouvir a população, sem a presença daqueles que mais cobram por respostas”, completou Baird. A audiência contou com a presença de vereadores, autoridades municipais e o secretário de Saúde, Daniel Jackson Santos, que apresentou os dados e respondeu aos questionamentos sobre gargalos como cirurgias especializadas, transporte para pacientes oncológicos e funcionamento da Casa de Apoio em Barretos. A ausência da sociedade civil, no entanto, foi o ponto mais crítico da noite. A fala do presidente da Câmara expôs um dilema recorrente na gestão pública: o distanciamento entre o cidadão e os espaços de construção coletiva. Em tempos de redes sociais e cobranças instantâneas, a participação direta ainda é um desafio. A audiência cumpriu todos os requisitos legais de transparência e reforçou o compromisso da Câmara com a fiscalização e o diálogo. Mas deixou uma pergunta no ar: como construir políticas públicas mais eficazes sem a presença ativa de quem mais precisa delas? |