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17/11/2009 - 11:39
MPE denuncia 6 servidores por desvio de meio milhão de reais da prefeitura de Miranda
Midiamax/CB
Seis servidores da prefeitura de Miranda, cidade distante uns 200 km de Campo Grande, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por criarem uma trama que teria desviado ao menos meio milhão de reais da conta do município. A quadrilha inventava nomes de servidores fantasmas e os incluía na folha de pagamento e, assim, o dinheiro ia para o bolso dos implicados. O crime fora descoberto por meio de uma denúncia anônima.

A ação civil por improbidade administrativa preparada pelo promotor de Justiça Nicolau Bacarji, pede à Justiça que os envolvidos sejam incriminados por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculado, que percam os direitos políticos e ainda que devolvam o recurso arrecadado com o esquema.

A denúncia diz que o servidor do setor de recursos humanos da prefeitura, Rayfer Almeida Prado, de 25 anos de idade, no cargo desde fevereiro de 2006, era quem chefiava a quadrilha. Era dele a missão de criar os servidores fantasmas. O pai de Rayfer, João Aparecido do Prado, cedido à prefeitura pela Funasa, também agia na trama.

Além dos dois foram denunciados os servidores Homero Flávio Florenzo, Wilson da Silva Cardozo, Alex Fausto Nantes e Thays Neli da Silva Florenzo.

Rayfer confessou o esquema por meio de uma declaração registrada no cartório, numa conversa com o prefeito da cidade, Neder Vedovato, do PSB, e ainda numa audiência com o promotor Bacarji. Em cada depoimento, ele narrava uma versão e em ambos tentou envolver o prefeito, segundo o promotor.

Numa delas, quando Rayfer conversara com o prefeito, o diálogo fora gravado sem que o denunciado soubesse. Neder Vedovato disse que resolveu registrar a conversa já como meio de se defender depois. Ao promotor e no cartório, Rayfer disse que o esquema era conhecido pelo prefeito, uma secretaria municipal e um tesoureiro da prefeitura.

Convocado para depor no MPE, o prefeito levou a gravação e, por meio desta escuta, o promotor fora convencido que a quadrilha agia sem ajuda do prefeito e de seus secretários.

“Ele [Rayfer] me contou que havia feito a coisa errada, que tinha roubado, mas eu não sabia disso. Quando fiquei sabendo minha administração abriu uma sindicância para apurar o caso”, disse o prefeito.

A prefeitura de Miranda emprega cerca de mil servidores e gasta ao menos metade de tudo que arrecada com a folha de pagamento.

O promotor disse que um cálculo presumido indica que a quadrilha tenha arrecadado R$ 500 mil de 2007 para cá, mas este valor pode superar ainda mais.

Ele não soube dizer quantos servidores fantasmas teriam sido inventados pela quadrilha. Adiantou, contudo, que o dinheiro do esquema ia parar na conta dos envolvidos. A reportagem do Midiamax tentou localizar os envolvidos, mas não conseguiu. Eles devem ser exonerados e responder processos nas esferas civis e penais.
    
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