Na tentativa de evitar o embate direto entre candidatos governistas em 2010, PT e PMDB estão dispostos a fechar uma espécie de "pacto" de boa convivência nos Estados onde a aliança nacional firmada entre os dois partidos não conseguir se repetir em nível regional. Os dois partidos já admitem que terão palanques separados em Estados onde PT e PMDB têm candidatos distintos na corrida pelos governos estaduais, por isso a disposição de petistas e peemedebistas é evitar o confronto direto --para impedir arranhões à aliança nacional. "Vamos tentar construir ao máximo os palanques unitários, não desistimos da unidade. Mas onde isso não for resolvido, vamos trabalhar a convivência, como acontece na Bahia", disse a senadora Ideli Salvatti (PT-SC).
Na Bahia, o ministro peemedebista Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) deve disputar o governo estadual com o atual governador Jaques Wagner (PT). Os dois sinalizaram que não desistem da disputa, mesmo com a pressão da cúpula nacional dos dois partidos em prol de palanques unitários.
O PT, porém, acredita que Wagner e Geddel terão uma disputa "amigável" para evitar prejuízo à candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto.
O "pacto de convivência" não deve se repetir em Estados onde a aliança entre PT e PMDB é considerada "crítica" por integrantes das duas legendas --como São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco. "Tem situações em que essa convivência é impossível, onde não há sequer convivência", reconheceu Ideli.
Reunidas na manhã desta quarta-feira, as cúpulas do PT e do PMDB admitiram a possibilidade de liberar uma composição diferente de alianças nos cinco Estados onde a esperada unidade encontra dificuldades: São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.
Nos cinco Estados, o "pacto de convivência" não é cogitado pelos partidos. PT e PMDB, porém, esperam sensibilizar Estados onde apostam no diálogo entre os esperados candidatos, como Minas Gerais e Rio de Janeiro.
As cúpulas do PT e do PMDB prometem se reunir com frequência, até o início de 2010, para tentar solucionar impasses em Estados onde a aliança ainda é possível. Como o PMDB deve realizar convenção nacional para definir a aliança com o PT somente em março, os partidos prometem até lá tentar solucionar caso a caso os impasses estaduais.
A prioridade das legendas será solucionar as dificuldades encontradas atualmente em Minas e no Rio de Janeiro, onde os dois partidos esperam caminhar unidos apesar da forte tendência de palanques divergentes.
Nanicos
A Folha Online apurou que, durante o encontro, a cúpula petista deixou claro que prioriza a aliança nacional com o PMDB sobre quaisquer outras possíveis composições de chapa com partidos da base aliada governista.
Apesar do esperado apoio de partidos como o PSB à candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à presidência da República, caso o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) não se lance na disputa, a prioridade do PT é consolidar a aliança nacional com o PMDB
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