Mais de 1,5 tonelada de lixo produzida nos domicílios são-gabrielenses deixou de ser jogada na natureza, em 2009. A cooperativa de reciclagem ArtVida Kolping garantiu o reaproveitamento de 1.552.320 quilos de resíduos entre papel, plástico, vidro e alumínio. De acordo com a coordenação do projeto, o montante é considerável se analisada a redução nos danos ao meio ambiente e “um significativo desperdício de recursos naturais e energéticos”.
A quantidade de lixo separada nas esteiras durante os 12 meses do ano garantiu aos 22 trabalhadores uma melhoria no aspecto econômico. De acordo com a coordenação do projeto, em janeiro a venda do material separado e prensado garantiu renda de R$ 213 per capita no projeto. Durante o ano, houve aumento gradativo no valor e, em dezembro, o lucro por participante chegou a R$ 1.014,57 – um crescimento de 476% em relação ao início do ano.
“Com a crise financeira que assolou o mundo no fim de 2008, o preço dos materiais recicláveis caiu consideravelmente, mas foi se recuperando no decorrer dos meses”, explicou o supervisor do projeto, Adriano Rosa. O novo patamar de salário individual superou todos os salários referentes a vendas nos seis anos de realização do projeto, disse.
Além da melhoria na renda dos trabalhadores, o aspecto social da proposta também registrou melhoria, afirmam os integrantes. Durante o ano, os trabalhadores participaram de diversas políticas públicas e sociais e alguns dos integrantes foram inseridos “nos espaços de construção política e controle social da cidade”, como o Conselho Municipal de Assistência Social e participação na Conferência Municipal da área. Eles participaram ainda de reuniões socioeducativas com equipes da Prefeitura.
De acordo com Rosa, houve ainda o “reconhecimento da sociedade perante o grupo”, que realizou coleta de materiais recicláveis nas festas realizadas no município. “Isso deu visibilidade ao trabalho e garantiu a coleta de grande quantidade de materiais”, aponta Rosa.
O projeto
Realizado desde 2004, o projeto foi criado para melhorar a situação de vida das inúmeras famílias que viviam abaixo da linha de pobreza e buscavam no lixo uma forma de sobrevivência, retirando desses dejetos a sua alimentação diária e materiais que poderiam ser vendidos para gerar um pouco mais de renda.
Com a implantação do Projeto ArtVida, o viver do lixo passou a ser uma forma digna de trabalho, organizados através de um Regimento Interno sob a estrutura de um Grupo de Trabalhadores Autônomos. Hoje, o grupo é coordenado pela Obra Kolping em parceria com a Prefeitura de São Gabriel e atende 22 trabalhadores e suas famílias.
Além da renda gerada com a venda dos materiais, os integrantes da cooperativa recebem auxílio financeiro por meio de convênio com a Prefeitura, além de cesta de alimentação mensal e assessoria de técnicos em Segurança no Trabalho.
Obra Kolping
A missão da Obra Kolping é realizar um contínuo trabalho com a sociedade, para que cada cidadão incluso em seus projetos seja um cristão autêntico, um trabalhador competente, uma pessoa criativa e recreativa, um membro de família responsável e um cidadão consciente e comprometido, nesse sentido Religião, Trabalho, Recreação, Família e Sociedade são os cinco pilares em que a Obra atua
Tineke Bronkhorst
Assessoria de Comunicação
|