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Política
22/09/2010 - 22:33
Escândalo de propina no Parque dos Poderes: leia na íntegra os diálogos que revelam o esquema
Midiamax

Mato Grosso do Sul acompanha o desenrolar de um esquema de corrupção que tomou proporções maiores hoje com a divulgação de vídeos inéditos revelam um “super mensalão” no Estado.

As imagens mostram o deputado estadual Ari Rigo, do PSDB, 1º secretário da AL, flagrado por Eleandro Passaia a mando da PF e revela como funciona a corrupção nos três poderes do Estado.

Segundo Rigo, só André Puccinelli recebia R$ 2 milhões por mês em dinheiro. O governador já é acusado de enriquecimento ilícito no STJ e a Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul negou a autorização para abrir o processo.

O envolvimento do Judiciário e do Ministério Público Estadual compromete a lisura do processo eleitoral de 2010, já que os poderes públicos estabelecidos estão “contaminados”, segundo o grande esquema denunciado pela Polícia Federal por meio da operação Uragano, que significa furacão italiano e faz uma relação com nacionalidade do atual governador ainda não denunciado no inquérito.

Veja o vídio: youtube.com/watch?v=HHEv7NV10rg&feature=player_embedded

Leia a transcrição da gravação realizada pelo jornalista Eleandro Passaia com o 1º secretário da Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado Ary Rigo (PSDB).

Ary Rigo – “Na Assembleia ele (Artuzi) falou para o Amarildo, pro Arroyo e para não sei mais quem, que se ele fosse denunciado, afastado...

Elandro Passaia – “Ele falou até para o senhor isso ai. Foi o que ele me contou. Falou pro André, governador. Eu estava presente ele falou pra mim que tinha falado na fazenda quando ele foi lá.

Ary Rigo – Lá na fazenda ele (Artuzi) ficou recuado, chorou. Porque o Claudionor, o Nildo. Não vou dar as caras de todo mundo. Mas ele falou que o governador estava por trás pedindo a denúncia. Para você ter uma idéia na quarta-feira, eu e o Coronel Aires, em nome do Londres estávamos na frente do Claudionor quando o Alziro me ligou 11h da manhã e me disse há um “zum-zum-zum” aí que o Artuzi vai ser preso. Eu digo: ‘meia hora atrás ele ia, agora não vai mais’. O Claudionor tava sentado assim e o Coronel Aires, que trabalha pro Londres, depois de dois dias o cara (Artuzi) fala que eu e o André (Puccinelli) queria f**** ele!

Depois que ele viu que iam julgar, não deram a liminar, mas vão julgar o mérito agora. No dia que (…) não deu a liminar para afastá-lo e prendê-lo. Nada-nada entrou cinco. Por isso o chamei na fazenda e bati muito duro nele, o Alziro e Edmilson estavam juntos. Digo ‘olha bicho, vão jogar o mérito e se te afastarem nunca mais vai voltar’.

Passaia – Por isso que o Artuzi está meio, tá meio em uma situação (...) ele já fez dois comentários assim: ‘Qualquer coisa eu vendo tudo e vou embora”. Esse espírito é ruim, porque é o espírito da inconseqüência.

Ary Rigo – Ele tem filhos, tem filha e outra coisa ele fez quarenta, quarenta e tantos mil.

Passaia – Quarenta e dois e pouco

Ary Rigo – Então, mais zelo ainda por ele falar besteira. Ele tem que ter mais carinho, mas acho que essa situação está meio segura. Mas eu assustei, por isso achei bom conversar porque qualquer negociação por emenda. Ê, p*** m**** volta tudo de novo.

Passaia – E como que vamos segurar esse povo?

Ary Rigo – Tem que ir lá e combinar de devolver o dinheiro.

Passaia – É um milhão e trezentos deputado.

Ary Rigo – tem que devolver. Dá um jeito.

Passaia – Ele queria licitar sabe o que? Sabe aquele Edson Freitas, engenheiro dono da Vale Velho, ele queria fazer uma licitação e dar para ele. Aí ele superfaturaria para tirar o dinheiro para pegar o um milhão e trezentos e dar para o Uemura.

Ary Rigo – Não, não. Tudo bem desde que ele não faça o negócio com o Uemura direto...

Passaia – Todo mundo sabe que o Edson é sócio do Uemura no cassino em Amambaí em Pedro Juan.

Ary Rigo – Eu acho que no bolso ele não tem. O que eu sugiro que ele programe onde ele pode. Eu conversei com André (Puccinelli) para essa semana nós tentarmos resolver o problema que ele tem com (Hospital) Evangélico e com a Cirumed, do André adiantar um dinheiro para dar um jeito aí.

Passaia – E o governador concorda? De nos ajudar?

Ary Rigo – Porque acontece o seguinte, você sabe que no final do ano eu arrumei um milhão e meio. Ele pagou 600 (mil) para o Aurelio e 600, 700, não sei, para o Evangélico. Mas do Aurélio ele queria 130 (mil) de volta, desde fevereiro do ano passado, março do ano passado. Aí o Aurélio deu 80 mil.

Passaia – O Aurélio é da Cirumed né?

Ary Rigo – É

Passaia - Isso foi de licitação?

Ary Rigo – Não remédio mesmo, que ele forneceu para o (Hospital) Evangélico. A história começou assim. O primeiro pregão que o Ari Artuzi fez ganhou um cara do Rio Grande, com preço menor, só que o cara não tinha a autorização da ANVISA para comercializar remédio. Aí o promotor de Dourados que é parente do cara entrou com ação civil pública. O juiz de Dourados mandou suspender o pregão. Os efeitos do pregão. Aí veio pro Tribunal de Justiça, que nós íamos ganhar, mas de uma hora para outra o Artuzi cancelou. Não sei qual o problema que ele tinha lá, ele cancelou. Aí ele ficou um tempo sem poder comprar remédio. E o segundo colocado era Aurélio, mesmo assim, o Aurélio vendo o desespero dele que não tinha remédio vendeu pro Evangélico. Então o Ari Artuzi tem duas encrencas com Evangélico. E o Evangélico antes de assinar o convênio atendeu a prefeitura, foi mais um (milhão) e meio de divida. Agora o Artuzi não pode pagar o evangélico com dinheiro do SUS. Porque o Evangélico não tava no SUS e tem que pagar com remédio não com dinheiro. E como o Evangélico paga a Cirumed?

Passaia fica em silêncio.

Ary Rigo – Tem muitas encrencas aí, mas muitas encrencas.

Passaia – Agora deixa eu fazer uma pergunta pro senhor. Você acha que conseguimos ficar segurando tribunal aqui?

Ary Rigo – Consegue... Continuando do jeito que está. Ficando quietinho. Mas esse Uemura, não pode fazer negocio com firma desse Uemura, não pode falar também.

Passaia – Com esse sócio do Uemura, o senhor achar que não tem problema

Ary Rigo – Tem que ver se essa empresa tem alguma outra obra, ou no Estado ou em alguma prefeitura...

Passaia – Pra prefeitura de Ponta Porã

Ary Rigo – Tudo bem, se ele ta em dia não te nenhuma obra que ela não fez ou não tem nenhuma ação de superfaturamento ou coisa assim, pode dar, pode dar...

Passaia – Então beleza, daí agente toca...

Ary Rigo – Claro, mas Passaia senta na frente dele (Ari Artuzi) e faz isso pra ele. E fala bicho, você não precisa me mostrar e o que eu preciso de você com toda a certeza e toda a garantia é a certeza que você vai cumprir seus compromissos, ponha num papel não precisa me mostrar, mas me oriente o que eu tenho que fazer com fulano de tal. Vai lá e diga que meu compromisso é tanto, confirmo ou você pergunta antes, quanto é o compromisso do Artuzi? Tanto, confere. O Artuzi disse que é isso mesmo, mas ele vai saldar esse compromisso em tanto tempo, assim, assim e assim. Tanto por mês, tanto, ou vai lá, para saldar esse compromisso qual é a sugestão que você dá... Ah! Eu tenho uma firma, faz isso. Tá bom. Mas não pode ir empurrando para baixo, porque daqui a pouco vai ter tanto desafeto que não agüenta. Então você vê esse caso da Cirumed e do Evangélico. A Cirumed uma das lojas mais críticas dele ( Artuzi) compareceu. Então por isso vem o cara lá do Paraná e pode vender remédio porque não deu dinheiro para campanha.

Passaia – silêncio

Ary Rigo – Agora no final do ano ele pediu pelo amor de Deus para eu dar 20 mil para Isis que está construindo a casa deles, tava devendo 89 (mil) fui ao banco fiz um papagaio, eu já tava fazendo um papagaio pra mim fiz mais 20 (mil). Aquela baixinha, a Márcia, to devendo cinco mil para ela todo mês, ele mandou suspender. Mas ele prometeu 40 (mil) para ela.

Passaia – Ta loco!

Ary Rigo – É nosso amigo demais, no dia que fizemos ele pedir demissão, que nós estávamos lá no (…) Essa baixinha é um escândalo que eu vou te falar. E outra coisa faz três meses que mandei ele parar, mas não parou, e ela senta na minha frente, só agora que ela acalmou.

Passaia – Ela (Márcia) chegou na minha sala e me ameaçou, Passaia você se vira eu quero dez mil do governo, fora o que eu já tenho. Você se vira. Logo que eu assumi na primeira semana.

Ary Rigo – Ela chega na minha sala com uma bolsa deste tamanho e põem em cima da mesa. Ai eu dou uma saída e faço um sinal para ela, daí vamos conversar em outra sala e sento longe dela. Isso pode estar sendo gravado. Aí não quero conversar, Não quero conversar, seu problema com Artuzi é outro. Agora juridicamente ela e a Iris que tão melhor, vão sair fora.

Passaia – Mas a Iris não é o problema, a Márcia que é.

Ary Rigo – Ai pra você vê, são cento... só depois agora são esses 20(mil), mais 35 (mil) mais não sei o que. Para Iris eu dei 20 mais 16, são 36 paus. Mas 16 (mil), eu falei para o Artuzi. Porque no dia que pedi para eles saírem da prefeitura, eu prometi pra ela. Eu fiquei tão preocupado, ela falou prenderam. É para pagar funcionário e a obra, não sei o que, não sei o que. Ai eu olhei o limite não banco e tinha limite ai dei um cheque.

Então o que o Ari Artuzi precisa... O grande trabalho que acho que fiz pro Artuzi além de segurar ele juridicamente foi fazer que André (Puccinelli) acreditasse nele. Se o André não faz esse convênio com a saúde, não ajuda a ele implantar o SUS, não dá esses recapeamentos, não segura o Miguel (Ex-procurador Geral do MPE) e o André podia simplesmente chegar e falar esse anel (rodoviário) aqui o Artuzi não tem nada. Que foi esse o grande discurso do Artuzi na eleição que iria fazer este anel (rodoviário)

Passaia – E outra coisa o Artuzi desapropriou a área errada, o governador poderia usar como argumento para falar. Não ele foi lá e deu um gesto muito grande, porque rapaz, ele podia usar isso como argumento para soltar ele (Artuzi) na banguela. E falei isso pra ele, nós fizemos uma baita de uma cagada, mas o André foi lá e segurou as mãozinhas dele.

Ary Rigo – Ih! Para o André quem gasta 34, gasta 35. Podia ir lá desapropriar mesmo pelo Artuzi. E você sabe o quanto esse governador, você não viu o Geraldo (Geraldo Resende – deputado federal do PMDB) no negócio do Serra e não foi hoje na convenção do PMDB. Está puto com André (Puccinelli). Cê viu o Marçal (Marçal Filho, deputado federal do PMDB) nesses encontros aqui? Não foi! Por que? Por causa do Artuzi, do André agarrar o Artuzi.

Passaia – Ah! É por causa disso?

Ary Rigo – Claro! Pergunta se Geraldo está em Brasília com os outros. Porque o André fez um acerto com Michel Temer. “me libera, porque lá tem o Zeca eu não possso (apoiar a Dilma), me libera”, ai o Temer disse: tudo bem, mas você vem na convenção porque Mato Grosso do Sul tem 30% da convenção. 30 não, 400 votos dá 10% , 12%. Que se votasse contra a coligação ia para 20% e tantos. Então pergunta se o Geraldo (Resende) foi? E olha que ele tem dois votos, um como deputado federal e outro como membro do diretório.

Passaia – Eu to preocupado com um negócio deputado. É o seguinte: os vereadores o senhor sabe que eles são meio (...) O Artuzi tem aquele acordo que ele fez com Sidlei (Sidlei Alves – vereador do DEM - ex-presidente da Câmara de Dourados preso na operação Uragano), o dinheiro que voltasse da Câmara, 30% o Artuzi fazia e o restante dividia com Sidlei e com Juninho (Humberto Texeira Junior – vereador preso operação Uragano). Só que nós ficamos sem contrato. A prefeitura está sem dinheiro em caixa, e está mesmo. Para fazer esse dinheiro todo a gente tem que por exemplo ter uns dois ou três lugares, o que senhor faz no meu lugar? Como o senhor vai colocar uma nota grande só num lugar?

Ary Rigo – Vou te contar mais, você sabe que Ministério Público já deu um trem contra o site da Câmara, desde (…) Então a prefeitura tem que ter cuidado. Acho que era a hora do Ari Artuzi desmamar esses dois.

Passaia – Mas aí nós vamos ter que devolver o dinheiro da Câmara também, devolver o dinheiro integral.

Ary Rigo – Eles que vão ter que devolver para você.

Passaia – No final do ano, eles não vão conseguir fazer?

Ary Rigo – Claro!

Passaia – Mas se agente desmamar eles não vão vir pra cima?

Ary Rigo – Você sabe o seguinte, na assembleia cada deputado não ganhava menos de R$ 120 mil, agora os deputados vão ter que se contentar com R$ 42 ( mil). Não tem como fazer. Para você ter idéia nós devolviámos R$ 2 milhões em dinheiro para o André (Andre Puccinelli – governador e candidato a reeleição pelo PMDB). R$ 900 (mil) para o desembargador do Tribunal de Justiça e R$ 300 (mil) para o Ministério Público. Cortou tudo! Nós vamos devolver R$ 6 milhões para o governo. Por isso que eu ando sumido. Então nós estamos criando um acordo, eles vão devolver 400 mil, não é mais 30%, comigo é 10%.

Porque essa lei da transparência é famosa bicho. Eu perguntei para Inês, ela disse que ta tranqüilo, o Ministério Público não falou nada de Dourados, só falou da Câmara. Aquele dia a gente tava em Dourados e eu pensei que essa crise com os vereadores era grande, vocês tiram de letra. Custou muito caro?

Passaia – Desde que eu entrei, eu arrumei R$ 400 mil, tudo que devia do ano passado, tudo dívida atrasada, todos os vereadores tinham até aqueles pequeninhos tinha três, quatro atrasados. Os mais caros era do Juninho e do Sidlei qual que era minha preocupação do Sidlei e com Juninho eles tinham cheque da Alziro (ex-secretário de governo de Ari Artuzi)

Ary Rigo – Não dá cheque…

Passaia – Não, foi assim, ano passado faltou 150 mil pro Juninho e 150 mil pro Sidlei, porque o que volta pros os dois é 120 mil por mês. O que voltava por mês e eles devolviam R$ 400 mil para Câmara, agente pagava R$ 120 mil e devolvia pra eles. Ai chegou final do ano o Alziro não conseguiu e ele pegou R$ 150 mil pro Sidneli e R$ 150 mil pro Juninho. Eles foram nos agiotas e trocaram em dinheiro. Daí a preocupação. O Alziro chegou desesperado dizendo “Passaia pelo Amor de Deus eu to com esses cheques no meu nome, o Ari não ta nem aí”.

Ari Rigo – Fora o cheque que ele deu pro Uemura...

Passaia – Deu pro Uemura, tem com a CGR um de R$150 mil. O Alziro deu cheque para todo mundo deputado. Ela disse Passaia me ajuda to com um monte de cheque na praça e o Ari não me dá autonomia. A hora que o Ari (Artuzi) me chamou e o Ari já tinha me convidado umas cinco vezes para ser secretario de governo. Aí falei, prefeito é o seguinte, o senhor tem muito compromisso e outra coisa, o senhor ta usando o Alziro, fala mal do Alziro, você critica o Alziro porque ele é um trouxa porque ele embarrilha os outros. Eu quero saber o que o senhor quer. Se você quiser alguém para embarrillhar ou alguém para te ajudar a resolver. Eu não sou experiente, eu confesso, mas sou cheio de boa vontade, as pessoas confiam em mim. Se o senhor quiser me usar para embarrilhar, não vai. Quer me usar para resolver? Vamos dar a cartilha, o que é que dá para fazer? Como que é o negócio? Daí, vamos ter que fazer...

Ary Rigo – Exatamente!

Passaia – Ai disse Ari só que é o seguinte eu quero que você me diga o que dá para fazer, a onde esta o esquema, a onde que vai fazer. Porque eu não fazer esquemas da minha cabeça, eu não vou chegar pedindo dinheiro da minha cabeça, eu não vou fazer acerto da minha cabeça, quero que você me diga a onde que ta. Ontem por exemplo ele pediu que eu fosse pedir dinheiro pro Celso Del Lago, mas foi ele que teve que ir lá. Ai ele disse ,

‘Oh, Passaia tem isso, isso e isso’. Eu disse não dá, quero mais (informações) não dá para cumprir, quero que o senhor me mostre, que eu viabilizo daqui, aqui e aqui. Em dez dias eu arrumei 400 mil para os vereadores, coisa que dá para fazer ai, ele ficou meio loco, porque quando comecei a honrar os compromissos, começou a faltar dinheiro, porque ele fala para todo mundo que não tem dinheiro, que ta devendo, mas tudo para embarrilhar.

Ary Rigo – Ele (Artuzi) arrendou uma fazenda em Nova Alvorada e colocou um capataz, ele sai em tudo que é bar e diz chegou mais uns não sei e quantos bois aí.

Passaia – Ele trabalha com gente que não dá para confiar. O Artuzi não escolhe.

Ary Rigo – Não tem um cara de Nova Alvorada que não saiba

Passaia – Qual que é o nome deste cara?

Ary Rigo – Não sei, mas eu vou saber e te falo. É um cara novo, que cuida de lá.

Passaia – Em Nova Alvorada?

Ary Rigo – É porque a fazenda que eles arrendaram é em Nova Alvorada.

Passaia – Essas coisas me deixam um pouco preocupados, sabe.

Ary Rigo – Deixa eu falar para você, o que eu espero do Artuzi, não espero nada, ajuda nas viagens na campanha. Porque R$ 370 mil ele ta devendo. O André mandou passar 370 mil pro Artuzi para pagar esses agiotas e parar de pagar, 2% ou 2,5% de juros R$ 370 mil é um dinheiro f***** rapaz!

Passaia - O senhor ta pagando os juros?

Ary Rigo – Eu to. Nunca me deu um tostão e sem contar o restante que eu dei para um. Eu te contei daquela doação da campanha ?

Passaia – Não.

Ary Rigo – Eu fiz apertar o André (Puccinelli), para minha campanha o André ia me dar R$ 1,5 milhão, ele desconta esses R$ 300 (mil), já me dá esses R$ 1,2 milhão. Eu não conheço a peça? Eu não to apertando o Artuzi, mas agora eu defini que ia aliviar um pouco a barra, mas to indo na dele para cuidar minha campanha em Dourados, desde que ele me pagasse. Como ele não vai pagar eu tenho que tirar proveito de outro lado. Acho que ele deve continuar apoiando o Sidlei, pros caras não baterem muito nele, mas eu vou fazer minha parte.

Passaia – Claro.

Ary Rigo – Na hora que eu senti, que o André (Puccinelli) vai fazer um acerto para me ajudar na campanha eu vou arrancar do André esses R$ 370 mil que eu dei do agiota. Nas duas campanhas do Artuzi, eu arrumei para ele R$ 300 (mil) e depois mais R$ 300 depois da campanha.

Na administração dele, o que que eu tenho...tenho emprego da Aritan, da Simone, filha da Jane que ta perto de você, da Eliane que ta com a Inês e a Jaqueline que ta com a Inês. Quatro, Quatro meninas que em troca todo mês eu tenho que dar para cunhada, a irmã dele e mais não sei o que, R$ 2.400 cada uma, são em três R$7.200.

Você sabia que desde primeiro de janeiro eu dou R$7.200 para cunhada e as duas irmãs dele (Artuzi) . Em troca dos três, quatro empregos.

Eu fiquei puto com ele sabe por que? Porque ele diz que eu e o André ( Puccinelli) queria f**** com ele , quando nós tiramos ele da cadeia. Pára com isso se dá 300 mil por mês para o Ministério Público, seguramos tudo, não coloquei o Anel (Perimetral Norte – principal obra rodoviária em Dourados que está sendo realizada com recursos do PAC)? E ele fica dizendo que eu e o André estávamos f****** ele (na operação Owari). Você acha que é fácil? Isso chegou no ouvido do Osmar (Osmar Jerônimo, então chefe da Casa Civil e coordenador da campanha de reeleição do atual governador de MS ), do André (Puccinelli), do Jerson Domingos (atual presidente da Assembleia Legislativa de MS e deputado estadual do PMDB) ficaram tudo puto. Eu entro na Assembleia e 20 dos 23 deputados ficam me xingando porque eu dou cobertura por Artuzi.

Passaia – Mas e agora com esse negócio de não pode mais dar dinheiro pro Ministério Público não vai ficar complicado pro Artuzi?

Ary Rigo – Por isso ele tem que emendar direitinho, né? Porque o Ministério Público o que tinha que fazer já fez, no passado, pediu a denuncia. Agora se ele cometer alguma besteira agora aí fudeu (faz um “top-top” com gestos das duas mãos). Eles vão para cima, porque eu não tenho mais como dar dinheiro, não tenho. Primeiro porque saiu o Miguel (ex-procurador geral do Ministério Público de MS), entrou uma turma nova.

Passaia – Essa turma nova não aceita?

Ary Rigo - Aceita, mas tem de ir devagarzinho. Segundo lugar, onde que eu vou arrumar agora com essa lei aí. Que eu tenho que publicar o saldo diário (referência sobre a leia transparência dos poderes implementados no governo Lula), tenho publicar cheque por cheque. O valor, para quê, ou bem ou serviços que prestou.

Passaia – Por isso que eu falei que só com contrato não dá para fazer isso aí.

Ary Rigo – Mas eu te digo o seguinte, se você chegar no Uemura (Celso Uemura preso na operação Owari), no Aurélio Nogueira Costa (Cirumed, empresa que comercializa medicamentos para o SUS) e dizer você vai ter R$ 30 mil por mês e cumprir, não tem problema. Qualquer um aceita. Você tem R$ 25 (mil), você tem R$ 30 (mil), mas você tem que esquematizar, não pode só ficar na cabeça dele.

Passaia – Aquela empresa de ônibus que faz o transporte escolar ?

Ary Rigo – Não tenho nada a vê.

Passaia, - Eu nunca fui “entrão”, mas agora como secretario de governo tenho a obrigação de estar a par de todo mundo.

Ary Rigo – Você sabe quando eu fui conhecer o dono dela? Até me deu um cartão diferente.

Passaia – Por que o Peninha estava lá então?

Ary Rigo – Porque o Peninha (…) essa empresa é do irmão do Ademir Osiro. E o Peninho começou, você pode ver que eu me afastei do Peninha. Chamei ele, xinguei para c******, mas agora precisei dele, fui atrás de novo. Eu conheci o dono desta empresa. Domingo eu fiz o churrasco, sábado de tardinha lá em Sidrolândia, ele me deu um cartão, eu vou pegar, eu botei na minha pasta, mas vou pegar e te mostrar. O Peninha começou a fazer joguinho com o Alziro e com a Tatiana.

Passaia – A Tatiana? Eu sempre coloquei minha mão no fogo pela Tatiana.

Ary Rigo – E você sabe o seguinte, depois não cumpriram com Peninha e ele ficou puto, ai chamei ele e xinguei. Ai um dia uma mulher de Dourados me ligou brava porque o meu ônibus tinha batido no carro dela e eu não tava pagando.

Passaia – A cidade inteira fala que o senhor é o dono.

Ary Rigo – Mas conheci o dono na sexta-feira da semana passada, sábado da semana passada.

Passaia – Até os Uemuras fazem pressão por essa lance de remédios.

Ary Rigo – Tudo que eles fizerem com a Cirumed estão me tirando um pepino das costas, porque quem foi pedir dinheiro para campanha fui eu. E eles não queriam dar pro Artuzi, não queriam, não queriam, não queriam. Aí tivemos que fazer pesquisa, mostrar pesquisa.

Liziane Berrocal

    
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