Novas gravações divulgadas hoje no Youtube mostram conversas entre o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado Ary Rigo (PSDB) e o ex-secretário de Comunicação de Dourados, Eleandro Passaia.
Os vídeos foram captados no dia 12 de junho deste ano, um sábado pela manhã, no escritório do parlamentar. Rigo faz revelações comprometedoras que levantam suspeitas contra membros do Tribunal de Justiça do Estado e do Ministério Público Estadual.
Rigo diz que conseguiu livrar Ari Artuzi “juridicamente” de acusações e cita os nomes do desembargador Claudionor Abss Duarte e do ex-procurador chefe do Ministério Público Estadual, Miguel Vieira.
Durante a conversa, ele também diz que Artuzi tem de ”se emendar” para não enfrentar novos problemas com a Justiça.
O deputado ainda detalha repasses feitos ao governo do Estado, Tribunal de Justiça e ao Ministério Público Estadual.
Depois da divulgação das imagens, a OAB/MS enviou nota à imprensa onde pede apuração exemplar das denúncias.
O documento é assinado pelo vice-presidente da entidade, Júlio César Souza Rodrigues. O atual presidente, Leonardo Duarte, é filho do desembargador citado durante a conversa entre Rigo e Passaia.
O Ministério Público Estadual também se manifestou sobre as denúncias feitas contra Miguel Vieira.
Em nota oficial, o órgão admite pela primeira vez que investiga o envolvimento de membros da instituição em crimes que desencadearam a operação Uragano, que revelou esquema de corrupção em Dourados,
Segundo o MPE foram encaminhados todos os “documentos, CDs e DVDs decorrentes do monitoramento e captação ambiental de áudio e vídeo, todos devidamente autorizados pela Justiça e realizados pela Polícia Federal, para o Procurador-Geral da República, em razão da prerrogativa de foro de algumas das autoridades citadas” e imediatamente o mesmo material foi entregue à Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul”.
O deputado Ary Rigo ainda não falou sobre o assunto, mas amanhã deve ocupar a tribuna durante sessão da Assembléia para falar sobre as gravações feitas por Passaia.
O ex-secretário de Comunicação aceitou gravar conversas, a pedido da Polícia Federal, que provocaram as prisões do prefeito Ari Artuzi, da primeira-dama, de secretários municipais e de 9 dos 12 vereadores de Dourados. Ângela Kempfer
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