www.horadanoticia.com.br
Aqui você lê o que acontece de fato
 
    Hora da Notícia (67) 9924-2726    Busca
   Primeira Página
   Notícias
      › Brasil
      › Alcinópolis
      › Camapuã
      › Chapadão do Sul
      › Costa Rica
      › Figueirão
      › Paraíso das Águas
   Guia de Negócios
   Agenda de Eventos
   Colunistas
   Galeria de Fotos
   Aniversariantes
   Notas Breves
   Charges
   Entrevistas
   Quem Somos
   Expediente
   Anuncie Aqui!
   Fale Conosco
  Informativo
  Cotações
Notícias
Busca 
Geral
17/10/2010 - 09:53
Só a simplificação desafoga juizados especiais, dizem especialistas
g1
Criados para desafogar a justiça comum, os juizados especiais sofrem do mal que vieram combater: superlotados, atendem de forma tão lenta que parecem os juizados comuns. A pesquisadora e advogada Leslie Ferraz e o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), desembargador Luiz Zweiter, têm o mesmo diagnóstico para o problema: os processos estão com muitas peças escritas, o que sobrecarrega o trabalho do juiz na hora da sentença.

Autora de uma pesquisa sobre o assunto, Leslie Ferraz vê outros problemas. Como a sociedade ganhou mais consciência dos seus direitos, ela apelou mais para o recurso a ações judiciárias, o que sobrecarrega as varas. Do outro lado, houve a reação das empresas mais notificadas, que adotaram a tática de orientar os seus advogados para prolongar as demandas, provocando o desgate e desanimando os reclamantes.

“As empresas precisam ter uma postura mais conciliatória”, defende o juiz Paulo Roberto Sampaio Jangutta, do 7º Juizado Especial Cível do Rio.

Simplificação dos processos
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro defende mudanças na lei, com a simplificação de ritos, igualando-os aos que estão em uso na Justiça Desportiva. Em 2009, no Rio, um processo levava, em média, de 357 dias da distribuição até a sentença final num juizado especial. A lei previa que o caso deveria ser resolvido em 15 dias, com acordo, ou 30 dias, com litígio entre as partes.

O TJ-RJ recebe cerca de 150 mil novas ações por mês e 52% de toda esta demanda se refere às causas atendidas pelos juizados especiais.

Outra defensora da mudança na legislação é a professora da Faculdade da Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ), Leslie Ferraz. Ela também afirma que as atuais regras de funcionamento da justiça impedem solução para processosem curto prazo.

“A primeira audiência, que é a audiência com o conciliador, antes das partes irem até o juiz, deveria ser agendada em 15 dias. Se essa audiência acabasse em acordo, o acordo seria cumprido e a demanda estaria solucionada. Infelizmente, devido à grande procura, em alguns estados, por exemplo, demora mais de um ano esta primeira audiência conciliatória.”

A professora aponta para o mesmo problema visto pelo desembargador Zveiter. Muitas peças escritas, e pouca utilização do princípio da oralidade – ou seja, depoimentos na hora, ao vivo, das partes envolvidas no caso.

“Se nós pegarmos um processo do juízo comum e um do juizado especial, nós não vemos diferença significativa. É tudo reduzido por escrito. O procedimento é muito formal. Então, toda aquela flexibilidade, que era dada ao juiz, acaba não sendo utilizada na prática”

O desembargador Luiz Zveiter afirma que seria possível ganhar agilidade com mudança nas leis: “Para chegar a 15 dias, você tem que mudar a legislação. Aí você deveria fazer do juizado como é na justiça desportiva: o princípio da oralidade. Aconteceu um fato, você traria para o juiz, as partes trariam as suas provas e seria dada a sentença naquele momento. Mas existem mecanismos na própria lei que fazem com que o juizado não seja este ideal de 15 dias.”

Empresas acionadas protelam
A professora Leslie lembra que as empresas acionadas judicialmente se valem de diversos recursos, todos legais, para evitar que a questão seja resolvida rapidamente:

“Como a maioria das demandas é movida contra empresas, as empresas geralmente dão ordens para seus representantes não fazerem acordo. A parte espera um ano, chega nessa audiência de conciliação e não consegue o acordo”.

O juiz Paulo Roberto Sampaio Jangutta, que atua no 7º Juizado Especial Cível, concorda com a afirmação da professora: “As 30 empresas mais demandadas precisam ter uma postura mais conciliatória, elas precisam ter métodos de conciliação pré-processual, com o objetivo de evitar o processo. É preciso também que as partes não usem a Justiça de maneira desvirtuada, para qualquer situação.”

Segundo Jangutta, cerca de 80% das questões levadas aos juizados especiais se referem a problemas em relações de consumo.

De acordo com informações disponibilizadas pela Justiça, as empresas mais acionadas pelos consumidores no mês de setembro foram as de telefonia, as concessionárias de energia e os bancos.

TJ-RJ dá prioridade a mutirões
.O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tenta, desde janeiro deste ano, diminuir o total de processos que estão parados, com uma série de ações, tais como a atuação de juízes em diversos juizados e a convocação de funcionários concursados que ainda não tinham sido chamados para trabalhar. Desde então, o tempo médio de duração dos processos passou dos 357 dias para 180 dias. Uma melhora considerável, mas ainda distante do ideal.

Luiz Zveiter afirma que os juizados ajudaram a fazer com que a população exercitasse o seu direito com mais rigor. Porém, ao mesmo tempo, provocou uma corrida em busca de decisões judiciais. Para ele, a padronização das sentenças é o principal caminho para diminuir o inchaço causado pelos vários processos:

“Decisões díspares acabam causando um volume de processos muito grande. Então, tem que haver uma padronização de entendimentos, mas nunca ferindo a liberdade do juiz. Com a padronização, as coisas começaram a se agilizar.”

Já o juiz Jangutta chama de “tsunami” a procura de queixosos aos juizados em busca de seus direitos:

“Os juizados foram criados a partir de um movimento de acesso à justiça e os próprios mentores deste movimento já previam que estes juizados poderiam receber uma demanda represada, em que as pessoas viriam em uma ‘tsunami’. E a justiça realmente se apavorou com aquela quantidade de processos. Agora, a justiça tenta eliminar todos aqueles gargalos que represam o processo e fazem com que a máquina fique assoberbada.”

    
› Deixe sua opinião
Nome  
E-mail  
Mensagem 
 
Digite as duas palavras que você vê abaixo:
 
 
   
Câncer amplo, linfoma também está ligado à alimentação
    
   
Lei que equipara a injúria racial
    
   
    
Publicidade
Hora da Noticia   |   (67) 9924-2726   |   [email protected]   |   Costa Rica - MS