A cinco dias de completar um mês, ainda é um mistério as circunstâncias que determinaram o assassinato do presidente da Câmara dos Vereadores da cidade de Alcinópolis, Carlos Antônio Carneiro, 40, do PDT, crime ocorrido em Campo Grande.
Sabe-se até agora que a morte do parlamentar foi encomendada e pode ter tido motivação política. Três homens que agiram diretamente no atentado contra o vereador foram capturados, mas o mandante ainda não foi identificado pela polícia, que conduz o caso em segredo judicial.
Dois dias após o crime o secretário Vantuir Jacini (Sejusp, secretária de Justiça e Segurança Pública), garantiu à imprensa que o “caso seria elucidado logo”.
O vereador foi morto com três tiros no dia 26 do mês passado, por volta das 13h, na esquina da avenida Afonso Pena com a rua Guia Lopes, um dos pontos mais agitados da cidade. Carneiro, filho do vice-prefeito da cidade, Alcino Carneiro, também do PDT, levou três tiros: na barriga, no rosto e um de raspão no peito. Morreu no local, embora a vítima tenha sido socorrida logo.
A família de Carneiro é uma das tradicionais de Alcinópolis, município com cerca de 5 mil habitantes, criado 35 anos atrás, distante 392 km de Campo Grande.
Logo após executar o vereador, o pedreiro Ireneu Maciel, 38, saiu correndo do local e subiu numa motocicleta conduzida pelo colega de profissão Aparecido de Souza, 28. A dupla levou um azar inusitado. Assim que aceleraram o veículo passaram a ser seguidos por uma viatura da Polícia Civil.
É que os investigadores da DGPC (Diretoria Geral da Polícia Civil), que seguiam num veículo descaracterizado viram o assassinato.
Assim que detidos, Maciel, que confessou o crime, disse que o crime havia sido encomendado por R$ 20 mil.
No mesmo dia do crime, a polícia prendeu um terceiro implicado no caso, Valdemir Valsan, 43, cunhado de Ireneu Maciel, já com passagens na polícia por falsificar dinheiro.
Valsan teria contratado os dois pistoleiros. Contudo, à polícia ele não teria revelado o nome do mandante da morte do vereador.
Uma das linhas de investigação da polícia, ao menos no início da apuração, antes da do caso ser tratado em sigilo, indicava que a morte do presidente da Câmara dos Vereadores de Alcinópolis, tinha a ver com alguma discórdia política.
O prefeito da cidade, Manoel Nunes, do PR, mesmo sem ser apontado como envolvido no caso, prestou depoimento à polícia. Ele negou participação no assassinato.
Na semana do crime, havia no município rumores indicando que alguns parentes do vereador morto queriam vingança e apontaram o prefeito como mandante do crime. Boatos que correm na cidade apontam ainda que o vereador iria denunciar um suposto superfaturamento imposto por uma empreiteira que toca obra na região, daí sua morte. A polícia apura essa hipótese. Celso Bejarano
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