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Política |
25/01/2011 - 13:00 |
O clubinho dos parlamentares |
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Opinião e Notícia |
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Com o fim dessa Legislatura, dia 31 de janeiro, vai para o lixo a Proposta de Emenda Constitucional do ex-deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA) que impedia suplentes dos parlamentares de assumirem, com bônus, no recesso. A farra continuará, até que um outro corajoso político reapresente a proposta em outro texto.
São raros, mas existem, os políticos que dão as caras a tapa – em muitos casos, literalmente – para apresentar proposições contra as benesses de seus próprios pares. São ridicularizados nos burburinhos dos corredores, apesar de receberem tapas nas costas aos holofotes, ou no salão verde, a antessala do poder, ou no próprio plenário. Os políticos sabem que a convivência é hipócrita em muitos momentos, o preço que se paga no jogo do poder.
Outro ex-federal que não se reelegeu, Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), foi voto vencido de dois anos para cá. Apresentou projeto que extirpava do vocabulário do poder e da carteira do eleito o foro privilegiado para crimes comuns – ou grandes. O projeto passou nas comissões mais importantes, inclusive na CCJ, apenas para fazer figuração aos olhos populares ansiosos por justiça comum – a justiça comum a todos, nenhum deputado ou senador é um ser metafísico. Parou aí. Foi apenas uma jogada dos que aprovaram nas comissões.
Itagiba e um grupo de deputados tentaram emplacar o texto em votação no plenário, e por dois momentos bateu na trave. Saiu da pauta para dar prioridade a outros. O foro privilegiado continua, e o texto que o derrubava foi literalmente para a gaveta – tal como o projeto de Flávio Dino.
Raros também são os partidos que votam unidos pela ética e movidos pela sensatez. O PSOL se diferencia por isso. Foi a única legenda – embora tivesse apenas três deputados à ocasião – que votou contra o reajuste de 61% nos salários dos deputados e senadores. À frente do grupinho, Chico Alencar (RJ), um professor de História e frasista político.
Quando a sociedade se recompunha, mas sem esquecer, do horror do corporativismo desse poder, surgem notícias seguidas de ex-governadores com suas pensões vitalícias, inclusive aqueles que administraram canetas por poucos dias.
Casos de fracasso contra o corporativismo das benesses políticas, como os supracitados, reforçam o sentimento popular de revolta e distancia mais ainda, infelizmente, o cidadão do exercício do debate tão essencial na democracia. O que se vê, a cada Legislatura, é que os mandatários continuam excelências à parte na sociedade, num clube brasiliense com bônus financeiros e judiciais.
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