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04/03/2011 - 18:19
Presos que comandavam roubos são redistribuídos nos presídios
Foto: João Carrigó
CGrandenews

Os detentos que comandavam roubos e tráfico de drogas de dentro de presídios foram “redistribuídos” entre o Estabelecimento Penal de Segurança Máxima, Presídio de Trânsito e Instituto Penal. Eles já estavam nestes locais, mas foi feita uma nova divisão e eles “mudaram de endereço”.

As investigações realizadas durante três meses pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), indicam que Valdinei da Silva Souza, Marcos Antônio da Silva Pereira, Diogo de Souza, Adriano da Silva, Carla Alexandra de Souza, Camila Verón Costa, comandavam assaltos e a venda de entorpecentes mesmo presos.

De acordo com o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, responsável pela operação que desmantelou o grupo, pelo celular, eles davam ordem para que comparsas praticassem os crimes, que totalizam 80% do total ocorrido na Capital.

Os roubos eram desde pessoas nas ruas até à residências e de veículos, como o de uma carreta em dezembro do ano passado, em Campo Grande, o qual deu início às investigações.

Durante o trabalho investigatório foram feitas cinco prisões em flagrantes de integrantes da quadrilha, evitados dois assaltos e apreendidas duas armas de fogo que seriam utilizadas em roubos.

Integravam também o bando, do lado de fora dos presídios, Ivanildo Francisco da Silva, Marileide Alves Sobrinho Silva, Renan Jesus de Souza, Severina dos Santos Guerrize, Eugênio Aparecido Dantas, Thiago Firmo Mendes e Paulo Alcindo da Silva.

Com exceção de Thiago e Paulo, que estão foragidos, todos os outros foram presos nesta sexta-feira em bocas-de-fumo. Eles foram presos nos bairros Los Angeles, Nova Lima, Santa Emília, Jardim Tijuca e Parque do Lageado.

Foram apreendidos com estes que atuavam do lado de fora das unidades prisionais R$ 3,7 mil. Já nos presídios foram recolhidos 17 aparelhos de celular, três chips e dois carregadores.

Liderança- Conforme o promotor Marcos Alex, o grupo era comandado por Diogo e por Vanildo. Para ele, todos têm ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Na quadrilha há dois irmãos.


Duas mulheres também foram presas durante operação. Comunicação - O promotor explica que este bando utilizava celulares para se comunicar com os “comandados”, no entanto, presidiários costumam também utilizar de visitantes e de advogados para dar “recados”.

Segundo ele, muitas vezes um único aparelho de celular é usado por vários detentos, mudando apenas o chip.

Conforme Marcos Alex, durante estes três meses de investigação não houve indícios de envolvimento de servidores públicos com os detentos.

De acordo com ele, uma forma de evitar que presos continuem a comandar crimes, é a utilização de aparelhos que bloqueiam o sinal da telefonia móvel apenas no presídio. ”O equipamento de bloqueio de celular custa entre R$ 500 e R$ 1,7 mil”.

Segundo Marcos Alex, o custo é baixo para o poder público, mas, a instalação destes equipamentos “vai gerar impacto na vizinhaça”. É que o aparelho restringe ligações em um raio de 50 metros.

Ele explica que o MPE (Ministério Público Estadual) irá entrar em contato com o governo do estado para discutir o assunto. De acordo com Marcos Alex, o Gaeco vai acionar também os promotores da área de execução penal.

Participaram da investigação e da operação desta sexta-feira, além do Gaeco, a Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário), Serviço de Inteligência da Polícia Militar, e Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado).

    
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