O ex-presidente Lula disse a aliados que aceitou uma oferta de US$ 500 mil (cerca de R$ 790 mil) para fazer palestra na Coreia do Sul, a convite da multinacional LG.
Se confirmar a presença, ele ultrapassará o primeiro milhão de dólares em quatro meses fora do governo, segundo cálculos de petistas. Os convites de bancos e grandes empresas têm impulsionado a agenda internacional do ex-presidente.
Recordista de viagens internacionais no governo, ele visitou quatro países entre janeiro e abril de 2003, primeiro ano de sua gestão. Neste ano, esteve em dez países no período --aumento de 150%.
O ex-ministro Luiz Dulci confirmou o convite da LG, mas não comentou o cachê de R$ 500 mil.
A assessoria de Lula não informa o valor das palestras. "É segredo de Estado", disse Paulo Okamoto, sócio do petista na empresa LILS.
Procurada desde 20 de abril, a direção da LG disse que não poderia confirmar o evento na Coreia do Sul.
Segundo petistas, Lula já acumulou US$ 700 mil nas primeiras três palestras remuneradas no exterior. O cachê mais alto foi o da Telefonica (cerca de US$ 300 mil) por palestra em Londres. Também foi a Washington, a convite da Microsoft, e a Acapulco, a convite da Associação dos Bancos do México.
Com o evento na Coreia, ainda sem data, sua receita em moeda estrangeira chegaria a US$ 1,2 milhão.
A LG foi a primeira a contratá-lo para uma palestra no Brasil, em março, com cachê de R$ 200 mil. Hoje Lula falará a investidores convidados do Bank of America Merril Lynch, em São Paulo.
Nos eventos, Lula costuma citar feitos de seu governo e o aumento da presença brasileira no cenário mundial. |