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Polícia
20/05/2011 - 21:24
Oposição entra com pedido de impeachment contra prefeito de Campinas
Foto: Divulgação
EPCampinas
O vereador de Campinas Artur Orsi (PSDB) entrou com pedido de impeachment contra o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) na Câmara de Vereadores no fim da tarde desta sexta-feira (20). O pedido será analisado pela presidente da Casa, Pedro Serafim (PDT). A medida foi tomada após o cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão pelo Corregedoria da Polícia Civil. Pessoas ligadas ao alto escalão da administração municipal estão entre os foragidos. “O prefeito não tem mais condições morais para governar”, disse o tucano.

Os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) apuram um possível esquema de fraudes em contratos públicos. Como o caso segue em segredo de Justiça, a Promotoria não divulgou detalhes sobre os fatos investigados, mas informou que "são muito mais complexos e intrincados do que até agora noticiados".

Até o começo da noite, 11 pessoas haviam sido presas, entre elas o ex-diretor de controle urbano da prefeitura, Ricardo Chimirri Candia, o diretor técnico da Sanasa, Aurélio Cance Junior, e o ex-diretor comercial da empresa, Marcelo de Figueiredo. Entre os foragidos, estão três pessoas do alto escalão da prefeitura: o vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra, o secretário de Comunicação, Francisco de Lagos, e o secretário de Segurança Pública, Carlos Henrique Pinto (veja a lista completa das pessoas presas e foragidas abaixo).

Orsi disse à reportagem do EP Campinas que se baseia na documentação do Ministério Público sobre denúncias de supostas fraudes em contratos públicos na cidade, de irregularidades na aprovação de empreendimentos imobiliários na cidade e ainda de tráfico de influência no aluguel de terrenos para a instalação de antenas de telefonia celular.

Mesmo sem estar na lista dos investigados do Ministério Público, o prefeito de Campinas é alvo do pedido de impeachment pela oposição porque é considerado responsável pelos atos de seus homens de confiança. "Foi ele que escolheu os nomes e nomeou os cargos", explicou o tucano.

O proposta de impeachment pode entrar na pauta de votação da próxima sessão da Câmara, na segunda-feira (23), segundo Artur Orsi. Os outros dois vereadores de Campinas do PSDB, Biléo Soares e Valdir Terrasam, apoiam o impeachment do prefeito e podem fazer parte da comissão processante. Como assinou o pedido, Artur Orsi não poderá participar.

Orsi precisa de dois terços dos vereadores para conseguir aprovar o pedido e de dois terços do Legislativo para aprovar o afastamento do chefe do Executivo em uma eventual votação. Em caso de afastamento do prefeito e do vice, assume a prefeitura o presidente da Câmara Pedro Serafim.

Envolvidos atrapalhavam investigação

O Ministério Público explicou na tarde desta sexta-feira que os mandados de prisões foram necessários para conter as articulações do grupo, que tentava impedir o avanço das investigações do Gaeco. As prisões, que aconteceram durante uma operação da Corregedoria da Polícia Civil, foram pedidas pelo MP. Um dos promotores responsáveis pelo caso, Amauri Silveira Filho (foto), explica que a Promotoria não vislumbrou a possibildade de continuar investigando o caso com essas pessoas em liberdade, pois elas estavam se articulando para prejudicar a apuração dos fatos. "Os envolvidos estavam tentando de todas as formas possíveis desviar o foco da investigação e atrapalhar a busca da verdade sobre os fatos investigados".

Desde quando o caso veio à tona em setembro de 2010, o MP não revelou detalhes sobre os fatos porque as investigações seguem em segredo de Justiça. "Não há como revelar nenhum detalhe sobre os fatos ou sobre a participação de cada uma das pessoas presas ou ainda as que serão ouvidas na investigação. Nem até mesmo valores", completou o promotor.

Comissão também vai apurar denúncias

A Comissão de Representação (CR) da Câmara de Vereadores protocolou na tarde desta sexta-feira no MP um ofício solicitando informações para compor o pedido de impeachment contra o prefeito. Após a resposta da Promotoria, a CR tem 90 dias para entrar com o pedido de impeachment. A comissão é formado pelos vereadores Artur Orsi (PSDB), Professor Alberto (DEM) e Luís Yabiku, do PDT, mesmo prefeito do partido. Saiba mais aqui.

Lista e situação dos 20 com mandados de prisão:

    
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