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Polícia
03/06/2011 - 07:46
'Ela sabia demais', diz mãe 1 ano após sumiço de Eliza Samudio
Terra
Um ano depois do desaparecimento da estudante Eliza Samúdio, a reportagem do Terra foi até o distrito de Anhanduí (a 64 km de Campo Grande), em Mato Grosso do Sul, onde Bruninho, 1 ano, filho que a jovem alegava ser do ex-goleiro do Flamengo Bruno de Souza, vive com a avó Sônia Fátima Moura. Ainda abatida com o desaparecimento da filha, ela disse que não tem mais esperanças de encontrar Eliza viva e que a filha morreu "porque sabia demais".

A família vive no momento em uma casa simples, com apenas uma cerca protegendo a residência de dois quartos, uma sala e um banheiro em uma rua de terra batida. Isso enquanto a reforma da antiga casa não termina. No distrito onde vivem cerca de 5 mil pessoas, a paisagem é bucólica, cheia de pequenas chácaras e longe dos centros urbanos.

Sônia levou a reportagem do Terra ao local onde Belelê, como ela chama Bruninho, mais gosta de brincar: um campo de futebol. Enquanto ele se divertia com uma bola e comemorava cada chute como se fosse um gol, a mãe de Eliza contava o drama da perda da filha. No último ano, Sônia deixou a venda onde comercializava condimentos e artesanatos na beira da BR-163 para cuidar somente do neto.

Ela emagreceu 25 kg e ainda precisa de medicamentos para dormir. Muitas vezes, só consegue descansar uma ou duas horas por noite. "Os dias são muitos bons, mas quando chega a noite, é muito doloroso", disse. Ela conta que não tem mais esperanças de encontrar a filha viva. "As minhas esperanças já se acabaram há muito tempo. Os últimos acontecimentos só vem a confirmar o que eu já sentia. Eles não falaram o que foi feito, mas com certeza eles mataram ela, isso não tenho dúvida".

"Não é só a questão do reconhecimento de paternidade e pensão que ela estava querendo. Ela sabia de mais coisas ali. Acho que a Eliza tentou usar isso contra ele (Bruno) e foi por isso que eles resolveram acabar com ela", afirmou Sônia. "Ela sempre foi uma boa menina e a imagem dela é isso. As noites desta semana têm sido muito doloridas pra mim porque eu fico lembrando coisas passadas, quando ela era criança", completou.

Sobre a semelhança do neto com o ex-goleiro, Sônia diz não reparar, mas lembra que o olhar da criança é igual ao da mãe dele e que ele também é canhoto, como Eliza. Bruno se recusou a fazer o teste para comprovar a paternidade da criança.

Prisão de Bruno
Com várias tentativas de habeas-corpus negados, ela afirma que se sentiria traída pela Justiça brasileira se soubesse que o ex-goleiro Bruno foi solto. "Não tem como eles negarem a participação dele. Espero que a Justiça condene todos que tiveram envolvimento, inclusive aqueles que estão soltos", disse.

Ela afirmou que, se encontrasse Bruno hoje na rua, ela pediria que ele procurasse Deus. "O que eu falaria pra ele? Eu não tenho ódio do Bruno, eu não tenho mágoa. Deus tirou esse sentimento do meu coração. Eu falaria que eu tenho orado pra ele e que ele venha realmente a se arrepender de tudo que fez, porque ele sabe o que fez. Enquanto o Bruno não fizer a reconciliação com Deus, não pedir perdão, não vai ter paz".

Segundo ela, o ex-marido e pai de Eliza, Luiz Carlos Samudio, nunca entrou em contato, mas continua movendo um processo pedindo a guarda de Bruninho. Ela não tem mais informações sobre a ação e preferiu não comentar e nem polemizar sobre o pedido de prisão expedido pela Justiça no Paraná contra o ex-marido. Condenado a oito anos de prisão em regime fechado por atentado violento ao pudor em 2005, ele teve a prisão provisória decretada no último dia 12 de maio, mas não se apresentou à Justiça. Samudio responde a processo pelo suposto abuso sexual de sua filha mais nova em 2003, quando a menina tinha 10 anos de idade.

Ainda de acordo com a mãe de Eliza, a família de Bruno também nunca entrou em contato com Sônia para saber informações sobre Bruninho. Algumas pessoas perguntam se o ex-goleiro já deu algum presente ao suposto filho e Sônia diz que o único "presente" que Bruno deu foi ter retirado a vida de Eliza e, consequentemente, o carinho que ela daria ao filho. A criança tinha apenas 4 meses quando a estudante desapareceu.

O caso Bruno
Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.

    
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