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Polícia |
18/06/2011 - 07:07 |
Policial prende adolescente que agrediu seu filho e quer mais atenção aos jovens |
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Campograndenews |
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“O Estado tem que dar mais atenção aos adolescentes, é preciso que haja efetivamente uma política ocupacional”, desabafa o pai que, por ser policial, acabou sendo o agente da apreensão, na noite desta quinta-feira, de um adolescente de 13 anos que agrediu seu filho, de 14.
O pai diz que acha melhor não se identificar, mas afirma que, por força da profissão, está vendo Campo Grande se tornar uma cidade de juventude delinqüente, desocupada e violenta. “Tudo que é crime que a gente vai investigar, tem menor de idade no meio. Eles acham que por serem menores de idade não acontece nada. Não é assim”, comenta o policial.
E a vítima, ontem, foi seu próprio filho. O garoto saiu de casa depois do almoço para estudar na casa da tia, a pouco mais de um quarteirão da sua. No final da tarde, foi à padaria do bairro. Ele estava numa bicicleta BMX e passou por uma pracinha localizada nas imediações, onde havia um grupo de adolescentes reunidos. “Ele ouviu quando disseram ‘estou precisando de uma bicicleta dessas’ e, por isso, na volta decidiu ir pela rua de trás”, relata o Pai.
Mas não adiantou. Os rapazes, que estavam à espreita, viram e saíram atrás dele, dois numa bicicleta, outros a pé. Ao parar no portão da casa da tia, o garoto foi abordado por um dos que o seguiram. Depois do “perdeu playboy, larga se não você vai apanhar”, o menino só conseguiu tocar o interfone da casa da tia e segurar forte a bicicleta.
Três dos agressores começaram a bater nele, o garoto caiu, mas os chutes e socos só pararam quando os familiares saíram para ver o que estava acontecendo, fazendo todo mundo correr do local, tanto os que batiam no garoto, quanto o restante do grupo, que, da esquina, assistia a cena. A bicicleta não foi roubada.
Com joelhos e cotovelos ralados, além de um corte no pé direito e dores nas costas, o menino ligou para o pai e relatou o ocorrido. “Eu fui atrás deles e quando cheguei na praça, alguns já tinham fugido, porque souberam que tinham agredido o filho de um policial. Mesmo assim, esse menino de 13 anos –que apesar da idade é maior do que eu – e outros quatro que aparecem no B.O. como testemunhas, acabaram indo para a delegacia”, conta o pai, que para capturar os adolescentes pediu apoio à Polícia Militar.
O agressor de 13 anos acabou apreendido e encaminhado para a Unei (Unidade Educacional de Internação), em flagrante por tentativa de roubo, já que era ele quem conduzia a bicicleta em que estava o outro adolescente que quis roubar a vítima. Esse outro, que tem 17 anos, fugiu. Mas foi identificado e sua família avisada do ocorrido.
“Tudo isso me angustia, porque eu vejo essa garotada largada por aí, muitos deles filhos de gente boa, gente que trabalha, mas eles acabam se envolvendo com o que não presta porque estão aí, pela rua, sem ter o que fazer, sem disciplina, sem uma ocupação proveitosa. E se o meu filho não fosse filho de policial? Teria sido agredido, como tantos por aí todos os dias, e só”, desabafa o pai.
A história se passou no bairro São Lourenço, onde moram todos os envolvidos no caso. A ocorrência foi registrada na Depac Piratininga. O garoto tinha prova hoje pela manhã e, mesmo tendo ido fazer exame de lesão corporal, não faltou às aulas do 8º ano na escola municipal que freqüenta. |
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