Além da tradição, da manifestação de fé, e da grande dedicação dos fiéis à celebração da eucaristia, o Corpus Christi deste ano em Campo Grande marca também a despedida do arcebispo Dom Vitório Pavanello. Por isso, a maior expectativa dos fiéis é pela missa, marcada para as 15 horas, no cruzamento da Mato Grosso com a 14 de Julho.
“Este ano a celebração é especial, porque faz muito tempo que o Dom Vitório está com a gente e ele é muito querido. Estamos esperando a missa que será a última dele como arcebispo. Ano que vem já será outro, o Dom Dimas, que com certeza vai ser muito bem recebido pela comunidade católica”, afirma Alzirene Oliveira Porfírio, da Paróquia Cristo Bom Pastor.
Aos 52 anos de idade, há nove anos Alzirene participa da celebração de Corpus Christi e diz que isso, para ela, “é uma dádiva de Deus”. Todo ano ela repete o ritual de ir buscar pó de serra e guardar o material em casa até o dia de montar o tapete colorido na rua.
Para a comerciante Carmen Benites Caitano, de 53 aos, participar da confecção do tapete é uma tradição de quatro anos. Ela faz parte da comunidade Maria Mãe do Redentor, também da Paróquia Cristo Bom Pastor, e conta que é muito religiosa. Nesta quinta-feira de celebração, acordou às 4 horas para deixar o almoço pronto para a família e participar da montagem do tapete. “Mesmo com os problemas de saúde que eu tenho, todo ano acordo cedo para poder me doar um pouco e estar aqui com muito amor e carinho”, diz.
Com a mesma dedicação, mas usando material e técnica diferentes dos tradicionais, a funcionária pública Suzana Beal, ministra da igreja São José, montou ao todo 16 painéis que chamam a atenção. Ele optou por confeccionar os painéis em casa, com tampinhas de garrafa pintadas, e leva-los prontos, só para colocar no chão. “Foram três meses de trabalho depois de um ano juntando tampinhas de garrafa nas lanchonetes”, conta Suzana. Tampinhas de garrafa também foram o material escolhido pela estudante Mylena Rosalina dos Santos de Deus, de 16 anos. Ela faz parte da comunidade Caacupê, da Paróquia Maria Medianeira das Graças. Para confeccionar o painel em que aparece um cálice com a hóstia consagrada, as tampinhas foram sendo recolhidas desde o ano passado. “Nós queríamos uma coisa diferente, para chamar a atenção”, explica Mylena.
Ela confessou que está bastante ansiosa pelo “Show da Juventude” que vai encerrar a comemoração no final da tarde, com a apresentação de várias atrações musicais na praça do Rádio Clube, mas afirma que a missa é a parte mais aguardada de toda a programação. “O show é muito esperado, sim, mas estamos esperando mais é a última missa do Dom Vitório como arcebispo”, diz a jovem.
Eucaristia - O padre Bernardo Salviano, da Paróquia Maria Medianeira das Graças, afirma que é muito gratificante ver, todos os anos, a comunidade mobilizada para recolher o material e se organizar para a confecção do tapete, todos “movidos ela alegria”.
“E não é só a alegrai da festa, mas o sentido litúrgico da propagação do culto eucarístico, cujo sentido é justamente a participação de todos em comunhão, em comunidade”, lembra o padre.
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