A presidente Dilma Rousseff ouviu ontem da cúpula do PR (Partido da República) que a legenda está "firme" no governo e que não existe "chance de ruptura". A declaração foi feita em coquetel oferecido por ela a todos os líderes aliados do Congresso. A integrantes da sigla, Dilma pediu que "entendessem" o momento de dificuldade. Explicou que precisou agir com urgência na escolha do novo ministro dos Transportes para estancar a crise. Foi o primeiro contato dela com esse grupo após a queda de Alfredo Nascimento. Dilma recebeu os convidados do PR na porta. O deputado Lincoln Portela (PR-MG) descreveu a cena: "Vocês são muito importantes para o meu governo", disse a anfitriã após uma semana tensa. "As coisas passam. Vamos para a frente", completou. O PR chegou a cogitar não comparecer, em sinal de ressentimento. Dilma escolheu o novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, sem consultar o partido. Após ensaiar uma rebelião (com boicote a um almoço da base aliada), o PR da Câmara se rendeu ao fato de que não tem como deixar o governo e declarou apoio a Passos. A decisão foi tomada anteontem em reunião na casa do deputado Valdemar Costa Neto (SP). Além do endosso a Passos, os deputados concordam até em abrir mão do comando da Valec (estatal de obras ferroviárias) se puderem opinar na nomeação do diretor-geral do Dnit. Numa tentativa de assumir a paternidade de Passos, o líder Lincoln Portela (MG) e o deputado Luciano de Castro (RR) pediram até para tirar foto ao lado do ministro. A recepção aos 15 partidos ocorreu no Palácio da Alvorada e contou com 18 ministros. O objetivo era desfazer a imagem de presidente fechada ao diálogo com a base. Em um discurso de cinco minutos, ela elogiou os aliados: "Sem a base, o governo não teria como avançar no ajuste fiscal". |