Mesmo fazendo a sua melhor partida sob o comando de Mano Menezes, dominando o jogo o tempo todo, criando, mas falhando muito na hora de finalizar, o Brasil foi eliminado nas quartas de final da Copa América pelo Paraguai, nos pênaltis, depois de desperdiçar todas as suas quatro cobranças --duas delas, de André Santos e Elano, perdidas de forma pífia.
Mano, em seu primeiro mata-mata dirigindo a seleção brasileira, sucumbiu, e falhou no que era a meta proposta pela CBF, de pelo menos chegar até a semifinal da Copa América. Agora, o time vai viver de amistosos por dois anos, até a Copa das Confederações, a última competição oficial antes da Copa do Mundo de 2014.
O Paraguai, que se limitou a jogar na defesa à espera de um erro brasileiro, agora espera o vencedor de Chile x Venezuela, que se enfrentam ainda nesta noite.
A Copa América foi marcada até aqui pelo equilíbrio, que vem sendo tamanho a ponto de todas as partidas das quartas de final precisarem de mais do que os 90 minutos para serem decididas.
O Brasil tomou conta do jogo no primeiro tempo, a não ser pelos primeiros minutos, quando os paraguaios ensaiaram uma pressão na saída de bola. Depois disso, só deu seleção brasileira.
Jogando bastante pelas laterais, o time foi empurrando o Paraguai para o seu campo de defesa. E isso foi traduzido pela quantidade de arremates a gol. Enquanto o Brasil chutou cinco vezes na meta defendida por Villar, o Paraguai acertou um mísero chute no gol brasileiro.
Mas, apesar da superioridade na primeira etapa, o time apresentava um defeito recorrente: faltava alguém para cadenciar a partida e dar aquele passe que resulta em gol. O responsável pela função de articular a equipe, Paulo Henrique Ganso, sempre tinha em seu encalço um volante paraguaio.
Quando se viu livre, produziu uma das três ótimas oportunidades que a equipe teve para abrir o placar. A zaga do Paraguai saiu jogando mal. Ganso enfiou para Robinho, que, sem confiança, rolou para Neymar, mas o camisa 11 chutou mal, para fora.
Depois disso, o Brasil teve mais duas ótimas chances para marcar seu tento. Na primeira, André Santos cruzou e Lúcio, livre, de carrinho, quase marcou, mas o goleiro Justo Villar defendeu. Sete minutos mais tarde, André Santos invadiu a área, mas chutou mal. Pato esperava livre no meio para só empurrar a bola. Na volta do intervalo, o Brasil deu impressão de que o bom futebol da primeira etapa seguiria. E viu até uma bola chutada por Neymar ser salva quase em cima da linha pela zaga paraguaia. Mas o time começou a ceder espaços para o Paraguai.
Mesmo assim, foi o Brasil quem teve pelo menos mais três chances para anotar. Só que Justo Villar salvou o Paraguai, em dois chutes de Pato --um à queima roupa--, e Barreto evitou o gol em cabeçada de Fred, que entrou no lugar de Neymar, em cima da linha, já no fim do tempo normal. Era mais uma prorrogação na Copa América.
No tempo extra, o Paraguai começou melhor. Mas não houve oportunidade clara de gol. Digno de nota, somente a confusão no gramado que resultou nas expulsões de Lucas Leiva e Alcaraz. Além da substituição de Ganso por Lucas. Depois de sacar Neymar, Mano tirou Ganso, apagado.
E ainda deu tempo de o Brasil sofrer um grande susto, quando Haedo Valdez, aos 13min do segundo tempo da prorrogação, acertou lindo chute de primeira sem chance para Júlio César, que só olhou a bola sair à sua direita.
Era a segunda decisão por pênaltis seguidas na Copa América. A dificuldade em fazer gol também permaneceu nas penalidades. Elano, Barreto e Thiago Silva perderam as primeiras cobranças. Somente na quarta tentativa, Estigarribia marcou para o time guaraní. Na sequência, André Santos, bisonhamente, perdeu mais um para o Brasil. Riveros marcou e coube a Fred a última esperança, que desperdiçou. |