www.horadanoticia.com.br
Aqui você lê o que acontece de fato
 
    Hora da Notícia (67) 9924-2726    Busca
   Primeira Página
   Notícias
      › Brasil
      › Alcinópolis
      › Camapuã
      › Chapadão do Sul
      › Costa Rica
      › Figueirão
      › Paraíso das Águas
   Guia de Negócios
   Agenda de Eventos
   Colunistas
   Galeria de Fotos
   Aniversariantes
   Notas Breves
   Charges
   Entrevistas
   Quem Somos
   Expediente
   Anuncie Aqui!
   Fale Conosco
  Informativo
  Cotações
Notícias
Busca 
Geral
21/08/2011 - 08:17
É agosto outra vez
Janio de Freitas/Uol

UMA EXPRESSÃO SIMPLES, curta, mas com variadas inflexões, para servir desde à explicação sucinta e no entanto definitiva, até a advertência irrecusável. "É agosto...", "É agosto!", faltavam sinais para a escrita, sempre problemática, exprimir todos os reveladores sentidos e intensidades da expressão.

A expressão não se referia ao agosto do calendário convencional. Os dois coincidiam, sabe-se lá por que, mas o agosto da expressão era bem percebido, sentido, na vida e, às vezes, na carne, quase uma coisa concreta.

Impreciso no começo e no fim, mas sempre transcorrido no agosto do calendário, o agosto da expressão era um ambiente político e militar, de tensões e ameaças, de incêndios verbais nas tribunas, de insultos com todas as gradações e das piores acusações sem mais do que a imaginação. Não era raro que tudo isso chegasse ao seu objetivo: os fatos dramáticos e traumáticos. Era agosto, então, na sua plenitude.
A "crise de agosto" com o suicídio de Getúlio. A condecoração de Guevara por Jânio, causa de uma histeria conservadora farta em prenúncios. O atentado a Carlos Lacerda. A renúncia de Jânio. O golpe contra a posse de Jango e o levante vitorioso liderado por Brizola. Planos incontáveis para a eclosão de golpes contra Juscelino. Aeronáutica, Marinha e Exército, cada qual com os seus.

O repertório de agosto é extenso. Nem a ditadura conseguiu interrompê-lo, inaugurado o convívio de ambos pelo início da crise com as candidaturas dos oposicionistas Negrão de Lima e Israel Pinheiro, aos governo de Rio e de Minas, com vitórias que levaram à extinção ditatorial de todos os partidos da época.

Há por aí, nestas semanas, uma propalada crise. Do governo com a tal base aliada. De Dilma com o PMDB. Do PMDB com o PT. Entre os governistas contrários a investigações de corrupção e os lançadores do movimento para combatê-la. É notícia de crise para todos os paladares. Já se viram até comentários do tipo "assim Dilma talvez não conclua o mandato", "em crise com a base aliada, Dilma repete Collor", e outros desatinos a pretexto de jornalismo.

Só não foi possível trazer de volta o componente central daqueles agostos, e de todas as crises daqueles anos que desaguaram nas duas décadas de ditadura: os militares deixaram de ser especialistas na criação de crises antidemocráticas e na execução de golpes.

Com cerca de meio século de atraso, mostram-se na efetivação da lenda criada em 1945, e ainda vigente: no convívio com os militares americanos na Itália e na luta contra o nazifascismo, a oficialidade da Força Expedicionária Brasileira voltara convertida aos valores da democracia. E seu primeiro feito, em tal sentido, foi a derrubada imediata da ditadura de Getúlio. A partir daí, porém, golpes e conspirações e tentativas de golpe umas em seguida às outras, até chegar aos porões do Doi-Codi e de tantos quartéis.

Se os militares ocupam-se dos seus assuntos, que, aliás, são ainda mais nossos, e nem em razão do desarranjo de Europa e Estados Unidos o Brasil sofre abalos, por que tamanha presença da alegada crise no noticiário e nos comentários? Que se saiba com segurança, há quatro ou cinco parlamentares que induzem esse clima, e, claro, não por boa-fé. Mas, a rigor, é dispensável a procura de explicação. Não é agosto?

    
› Deixe sua opinião
Nome  
E-mail  
Mensagem 
 
Digite as duas palavras que você vê abaixo:
 
 
   
Mais de 30% dos idosos do Brasil são depressivos e 16% solitários
    
   
Lei que equipara a injúria racial
    
   
    
Publicidade
Hora da Noticia   |   (67) 9924-2726   |   [email protected]   |   Costa Rica - MS