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28/09/2011 - 07:08
Depois de um ano do temporal que destruiu parte de Três Lagoas, casas permanecem no chão
Midiamax

Completa nesta terça-feira (27) um ano em que o Município viveu um dos piores dias de sua história. Naquele dia casas, escolas, comércios, prédios públicos, postes de luz, antenas, enfim mais da metade de Três Lagoas foi atingida por um vendaval de grandes proporções. No dia seguinte, o que foi considerado um pesadelo, tornou a acontecer, porém de menor intensidade.

O que se viu a seguir foi um cenário de destruição. O evento mobilizou toda a sociedade três-lagoense. Contudo, somente quase um ano depois as verbas de reconstrução começaram a chegar do Ministério da Integração Nacional (MIN), divididas em três parcelas de pouco mais de R$ 666 mil.

Conforme relatado por funcionários do Governo Federal, erros administrativos nas notas de empenho enviados ao MIN provocaram a redução dos R$ 8 milhões previstos para cerca de R$ 1,9 mi.

Segundo um dos moradores do Jardim Carandá, José Carlos Lourenço Barbosa, cuja casa ficou completamente destruída pelo vendaval, nenhuma ajuda chegou até o momento.

“Está tudo do mesmo jeito. Continuo morando, desde então, em uma casa cedida pelo meu sogro. O pessoal da Prefeitura esteve no local e enquadrou como perda total minha residência. Entretanto, quando procuro informações sobre a data a qual a reconstrução será iniciada, a resposta que obtenho é de que devo continuar aguardando”, alegou José Carlos.

O morador conta que parte da população reconstruiu as casas fazendo financiamentos junto à rede bancária e hoje passa por dificuldades para pagar as parcelas.

“Tem muita gente que pegou dinheiro no banco para levantar novamente a residência. Eu não posso fazer isso, pois iria além de meu orçamento mensal, que já é apertado”, explicou José Carlos, pai de três filhos, trabalhador em uma das fábricas locais, como operador de máquina.

Segundo a prefeita, Márcia Moura (PMDB), os recursos municipais foram destinados às obras de emergência naquele momento.

“Somente em obras e serviços emergenciais, para reconstrução inicial da Cidade, incluindo a retirada de troncos e galhadas de árvores, entulhos e limpeza geral, gastamos R$ 614.718,37, de recursos próprios do Município’, informou a prefeita Márcia Moura. “Na ocasião, paramos todas as obras para nos concentrarmos na reconstrução da Cidade”, resumiu a prefeita.

Basta percorrer bairros como o próprio Jardim Carandá, Maristela e Vila Verde – considerados os mais atingidos pelo temporal – para observar que muita coisa ainda falta ser feita. Na maioria desses locais há casas transformadas em restos de material de construção inutilizáveis, jogados pelo terreno.

Secretaria de Obras

De acordo com o secretário de obras e serviços públicos, Getúlio Neves da Costa Dias, o órgão tentou adquirir materiais de construção para repassar às famílias atingidas, mas foi impedido por ordem da Secretaria de Defesa Civil.

“Na época opinamos em comprar materiais para que os proprietários usassem na reconstrução de suas casas, porém isso não foi possível legalmente. A indicação da Defesa Civil foi a de que construíssemos casas, com tamanho por volta de 30 m², e entregássemos nos lotes particulares, aos 32 proprietários identificados pelo nosso pessoal, aos quais tiveram as casas enquadradas como perda total”, informou.

Getúlio sinalizou que as obras devem começar a partir de novembro. “Estamos finalizando o projeto. Em outubro começa a licitação através da modalidade Tomada de Preços, que deve demorar uns 30 dias para ser finalizada. A partir daí, as obras serão iniciadas. Ainda neste mês que vem, estaremos revisitando cada uma das residências listadas e verificando as condições atuais. Além de informar aos proprietários da nossa intenção”.

Entretanto, o secretário não soube informar qual era o tamanho médio dessa relação de residências, anterior ao temporal. “Espero que isso baste para eles, pois é o máximo que conseguiremos executar”, finalizou.

    
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