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Geral |
16/10/2011 - 09:48 |
Globalização não é a melhor escolha para advogados |
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Opinião e Notícia |
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Embora seja uma atividade admirada, tornar-se uma empresa global não é necessariamente a mais rentável das escolhas. A revista The American Lawyer classificou as firmas de advocacia em cinco grupos:“caseiros”, “aventureiros”, “colonizadores”, “conquistadores” e “cidadãos do mundo”, e cada grupo continha firmas de lucros médios e altos. Por exemplo, entre as cinco firmas que formam o “círculo mágico” da elite londrina da advocacia, quatro delas (Allen & Overy, Clifford Chance, Freshfields Bruckhaus Deringer e Linklaters) estão no grupo dos cidadãos do mundo, e lucram mais de US$ ,1 5 milhões anuais por parceiro. Mas na quinta, a Slaughter & May, considerada uma das firmas “caseiras”, esses números chegaram a US$ 2,6 por parceiro. É difícil, diz a revista, enxergar uma conexão óbvia entre a globalização e o aumento dos lucros.
Quando os números equivalentes de 1998 foram publicados, eles descreviam apenas “as 50 globais”. De lá pra cá, firmas cresceram e se fundiram. Mas uma análise das firmas que sofreram as maiores mudanças, mostra que o aumento de parceiros estrangeiros resultou em crescimentos menores no lucros por parceiro. Todas as empresas aumentaram seus lucros, mas as globais os fizeram de maneira mais lenta.
Firmas de advocacia se aventuram em outros países de três diferentes maneiras, diz Erik Ramanathan, do Programa de Profissões Legais da Universidade de Harvard. Um modelo, usado pela Baker & McKenzie, de Chicago, envolve firmas semi-independentes se juntando a uma verein, uma forma suíça de sindicato legal. Essas firmas buscam se tornar frimas locais (e ter alguma espécie de proteção legal com relação às outras) . Algumas são firmas grandes, mas não as mais rentáveis.
O segundo modelo é uma abordagem mais cautelosa usada por grandes, e quase sempre norte-americanas, firmas como a Skadden Arps ou a Cleary, Gottlieb, Steen & Hamilton. Eles se aventuraram no exterior com escritórios que atendem clientes que operam no mundo todo. Elas se mantêm norte-americanas, tentando evitar os conflitos culturais que surgem de fusões e das verein.
A terceira estratégia é a mais arriscada: fazer uma aposta grande em um mercado único. Isso exige um transplante de talento do país-sede ou a busca por talento local. As chances de fracasso são enormes. A Howery, uma firma norte-americana despejou seu dinheiro em Bruxelas, e não se recuperou da experiência. Outra firma norte-americana, a Paul Hastings criou um enorme escritório em Xangai, e se viu obrigada a fazer demissões maciças nos anos seguintes. Uma estratégia definida funciona: a Allen & Overy, uma das cinco britânicas do “círculo mágico” londrino, usa negócios multinacionais como sua especialidade. Poucas firmas no mundo são capazes de lidar com esse tipo de negócios.
Em resumo, a globalização pode, muitas vezes, se revelar um erro caro. Para muitas firmas de advocacia, seu lar é onde estão os lucros.
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