Uma reportagem do diário Wall Street Journal publicada nesta sexta-feira avalia que a prisão do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, é "o maior golpe até agora" do governo fluminense contra o tráfico, na tentativa de pacificar os morros antes da Copa de 2014 e as Olimpíada de 2016.
A prisão de Nem é destaque em vários jornais da imprensa internacional nesta sexta-feira. As reportagens destacam a vontade política do governo do Estado do Rio para retomar áreas da cidade controladas pelo tráfico, antes que os olhos do mundo se voltem para o Brasil por conta dos eventos esportivos.
"A captura de Lopes vem no momento em que a polícia prepara uma invasão da favela que ele comandava, como parte de uma campanha para tornar a cidade mais segura", afirma reportagem publicada na versão americana do WSJ.
"No início, os céticos previram que os esforços do governo para restaurar o controle das favelas fracassaria. Mas as unidades de elite da polícia alcançaram um sucesso inesperado, em grande parte porque muitos moradores da favela na verdade sempre quiseram a presença da polícia."
Início da 'batalha' Na Grã-Bretanha, o tema mereceu destaque no diário The Daily Telegraph, para quem "a batalha pela maior favela do Brasil começou".
A reportagem do diário britânico diz que "os moradores da Rocinha e dos bairros vizinhos ricos foram tomados pelo medo, entre temores de que a operação pudesse levar a batalhas a pleno céu aberto entre policiais e gangues criminais armadas com metralhadores, fuzis e granadas".
Na Espanha, o diário El País traz um perfil de Nem, contando a "meteórica carreira" que o levou para a posição número 1 do crime organizado na Rocinha.
"A imagem patética de Nem, algemado, com o gesto inexpressivo, embarcando no carro blindado que o levou para o presídio de segurança máxima Bangu, contrasta coma extraordinária lenda do jovem que chegou do nada ao ápice do crime organizado", escreve o correspondente do jornal espanhol.
Um breve perfil de Nem também é oferecido pelo diário português Público, sob o título de "O Poderoso Chefão".
Em duas reportagens que ocupam espaço de página dupla no jornal de formato tabloide, a repórter destaca que a Rocinha vive uma "tensão" porque está "prestes a ser invadida pela polícia".
Em entrevista com moradores da favela, o jornal relata a suposta imagem positiva de que Nem gozava em sua própria comunidade. |