Dois homens foram presos na cidade de Macaúbas (BA) pela morte de um menino de 8 anos, filho de um dos acusados. Uilton Jesus Santos, 18 anos, confessou ter cometido o assassinato a mando do pai do garoto, Zenilton Costa, 35 anos. O menino Samuel Jesus Costa é fruto de uma relação extraconjugal de Zenilton, que teria encomendado o crime porque não queria mais pagar a pensão alimentícia de R$ 50. De acordo com o delegado Genivaldo Rodrigues, os presos tiveram que ser transferidos neste domingo para que não fossem linchados pela população local. O crime ocorreu no dia 16 no povoado de Curralinhos, na zona rural da cidade, onde o menino morava com a mãe. Em depoimento, Uilton contou que atraíra o menino em uma praça na localidade, oferecendo a ele R$ 7 para pegar manga. O dinheiro teria sido um "adiantamento" dado por Zenilton, que prometeu pagar R$ 1 mil pela morte do garoto. Quando o menino se afastou para buscar as frutas, foi seguido por Uilton, que usou um cadarço para asfixiá-lo, envolvendo em seguida sua cabeça com um saco plástico.
Após ser localizado pela polícia, Zenilton, que é casado e pai de outros filhos, foi detido e conduzido à delegacia. De acordo com o delegado Genivaldo, ele continua negando o crime, apesar das evidências e acusações. Zenilton nunca quis aproximação com o garoto.
A mãe de Samuel, ainda muito abalada com o crime, será ouvida pela polícia na segunda-feira, 21, juntamente com outros familiares. Sob muita comoção, o corpo do menino foi sepultado na sexta-feira.
Protesto No sábado, cerca de 300 pessoas foram à delegacia na tentativa de invadir o espaço para linchar os envolvidos. Dentro do local, segundo o delegado, outros detentos também estavam inconformados com o crime e ameaçaram Uilton e Zenilton de morte.
"A revolta dos presos e da população é muito grande e, por isso, não tínhamos condições de mantê-los por perto", contou o delegado, que precisou de quatro viaturas da polícia e cerca de 30 policiais de reforço para conter a população e retirar os suspeitos da cidade.
Crime Segundo informações da polícia, depois de matar o garoto, Uilton se encontrou com Zenilton para cobrar o dinheiro prometido e recomendar que ele fosse ao enterro, para não levantar suspeitas. Ao ser preso, depois de populares terem visto ele conversando com o menino antes do crime, Uilton confessou o crime. Ele resolveu denunciar o pai de Samuel.
O corpo da criança foi encontrado pela população em um matagal há 500 m do povoado, na quinta-feira, já em processo de decomposição. Levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Barreiras, a polícia técnica confirmou a causa da morte.
Segundo o Chefe de Cartório da delegacia, Valdemar de Oliveira Junior, a frieza e falta de arrependimento de Uilton chamaram a atenção da polícia. "Desde que foi preso, ele não demonstrou nenhum sentimento pelo que fez. Ele foi muito frio e calculista", disse.
Uilton e Zenilton não possuem ficha criminal e, segundo o delegado, são pessoas que normalmente não levantariam suspeitas por crime. Sobre os próximos passos da investigação, o delegado ressaltou: "Vamos terminar de ouvir as pessoas, no intuito de enriquecer o inquérito, mas não há dúvidas sobre os culpados". Um promotor do Ministério Público acompanha as investigações na cidade. |