A dona de casa de 30 anos, mãe da menina de 9 anos que aparece em um vídeo apanhando do pai, disse que vai entrar com pedido de guarda provisória da menina. A avó paterna, que cuidou da garota durante 6 anos, também já recorreu à Justiça para ter a guarda da neta. O pai, auxiliar de serviços gerais de 29 anos, está preso e foi indiciado nessa segunda-feira (16) por lesão corporal dolosa. Por meio do advogado, ele disse estar arrependido pelo que fez. A Polícia Civil começou a investigar as agressões depois que recebeu, na sexta-feira (13), as imagens feitas por uma testemunha. No vídeo, o homem aparece agredindo a menina com chinelo, irritado porque ela mexeu em imãs da geladeira. Na gravação na íntegra, a menina aparece levando 33 chineladas do pai. A dona de casa é mãe de outros 7 filhos, com idades entre 15 anos até 9 meses. Ela mora em Jardim, a 239 km de Campo Grande, e disse ao G1 que entregou a filha para o ex-companheiro quando a criança tinha 2 anos de idade. A dona de casa alegou que não tinha condições de criar a menina, pois iria morar em uma fazenda em Porto Murtinho. “Não tinha dinheiro nem para comprar leite nem fralda, achei que era melhor deixar ela com o pai”. Ela disse que não fez qualquer acordo judicial para deixar a criança com o pai. A menina morava com ele e avó paterna, em Campo Grande. Segundo a dona de casa, no começo, o homem levava a garota para visitar a avó materna e que ninguém na família imaginava que houvesse alguma agressão. A dona de casa disse que, durante o casamento, foi agredida pelo suspeito. “Eu apanhei muito dele, mas não imaginava que ele fosse fazer uma coisa dessas com ela, porque eu era só mulher, mas ela tem parentesco com ele”. Segundo dados do Conselho Tutelar em Campo Grande, a avó paterna também entrou com pedido de guarda provisória. No conselho, a informação é que a menina era criada por essa avó, até que o suspeito casou e pediu para levar a filha para a casa dele. Até então, dos 2 aos 7 anos, quando a mulher cuidava da neta, a criança não teria sido agredida. O conselho informou ainda que a mãe biológica tem registro de maus-tratos de outros filhos, em casos ocorridos em Barbosa (SP). Depois da prisão do pai, a menina foi levada para ficar com a avó paterna. A madrasta saiu de casa da família, como bebê de 2 anos, com receio de alguma retaliação. Defesa O advogado Ronei Barbosa Souza, que representa o auxiliar de serviços gerais, disse que o homem está arrependido de ter agredido a filha e reconhece que agiu de forma exagerada. “Ele está extremamente arrependido, está triste e admite que foi um ato impensado.” relata. Souza explicou que entrou com pedido de liberdade provisória na segunda-feira (16). Em primeira instância, a Justiça em Campo Grande fixou multa de R$ 2 mil. O advogado diz que o cliente não tem condições de pagar o valor estipulado e, por isso, foi protocolado um habeas-corpus no Tribunal de Justiça em Mato Grosso do Sul (TJ-MS), solicitando a retirada da fiança. O advogado disse que a Justiça deve ser feita, mas “na proporção do ocorrido”, nos trâmites legais. “Não se pode apontar o dedo para alguém. Ele é um pai, que ama a filha. Há vários pais que erram, mas não deixam de amar os filhos”. |